ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) voltou atrás e disse nesta quinta-feira (15) que vai retirar, provisoriamente, as placas de proibido estacionar em trecho da avenida Vida Nova, após receber uma comissão de trabalhadores e parte da diretoria da Cooperativa Vida Nova e a vereadora Luzia Aprígio (PSB), mulher do presidente da cooperativa, Aprígio, que não entrou e ficou lá fora. Os funcionários fizeram de manhã o segundo protesto contra a medida da prefeitura.
Auxiliados por dois carros de som, cerca de 300 trabalhadores da cooperativa partiram da avenida Vida Nova por volta das 8 horas da manhã e caminharam pela rodovia Régis Bittencourt, que teve uma faixa bloqueada. A Polícia Militar acompanhou o grupo na manifestação que transcorreu sem confusão. Os funcionários chegaram à prefeitura e ficaram diante do portão, observados do lado de dentro por guardas municipais – um GCM empunhava uma espingarda.
Nesta quarta-feira (14), os funcionários bloquearam a avenida Vida Nova, revoltados diante da sinalização de proibido estacionar ao longo de cem metros em frente à faculdade Fecaf, de propriedade de Joel Garcia, o Lelo, beneficiada na hora da chegada e saída de alunos em carros. O trabalhadores disseram que precisam parar seus veículos na via onde se podia estacionar 24 horas e se as placas não fossem retiradas 400 homens iriam fazer novo protesto nesta quinta.
Após cerca de meia hora de reunião, Luzia saiu e comunicou o resultado da conversa a portas fechadas – a imprensa não foi autorizada a acompanhar. “O prefeito nos recebeu muito bem e disse que a faculdade fez um ofício pedindo para proibir estacionar naquelas vagas ocupadas pelo pessoal da obra. Chegamos ao acordo de que faremos uma nova comissão com o Joel Garcia para conversar. Mas por enquanto vai mandar retirar as placas e não vai multar”, disse.
Na rua bloqueada desde a escola Wandyck de Freitas até a via em frente ao Parque das Hortênsias, os funcionários vibraram e fizeram barulho também com apitos diante da notícia, além de mostrarem faixas questionando o governo Fernando por proibir o estacionamento e mover ação judicial contra a abertura da avenida Vida Nova – “Prefeito, por que colocou radar e placas na avenida que mandou fechar?”; “Prefeito, pare de multar na avenida que você não quer!”
“Primeiro, ele entrou na Justiça para fechar a avenida, até agora nada foi resolvido. E ele foi lá e colocou radar, agora ‘Proibido estacionar’ para multar motoristas. E agora não quer que os funcionários estacionem na avenida, que foi construída basicamente para abrigar os trabalhadores da obra. Por que ele quer arrecadar dinheiro em uma avenida que diz que é ilegal?”, criticou Aprígio. “Não tenho dúvida que é perseguição política à cooperativa”, falou ao VERBO.
Após o acordo, Aprígio discursou e acusou que o prefeito não libera projetos da cooperativa aprovados há mais de dois anos pela Secretaria Estadual de Habitação e que os operários vão ficar parados com as obras travadas, além de os donos de apartamentos não terem escrituras, segundo o “Taboão em Foco”. Presidente da cooperativa, ele não quis, porém, se reunir com o “inimigo” declarado. “Eu e o prefeito não estamos conversando, preferi não participar”, disse.