Contra transparência, seis vereadores rejeitam requerimento antinepotismo

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em uma decisão considerada contra a transparência no trato do dinheiro público, seis vereadores votaram na sessão na terça-feira (6) contra requerimento de informações sobre funcionários de indicação política do governo Fernando Fernandes (PSDB). Os contrários a divulgação da lista que visava coibir o nepotismo foram Eduardo Lopes, André da Sorriso (ambos do PSDB), Marcos Paulo (Pros), Carlinhos do Leme (PP), Marco Porta (PRB) e Ronaldo Onishi (SDD).

O requerimento foi apresentado pelo vereador Eduardo Nóbrega (PR), que após rejeitar proposição de Luiz Lune (PC do B) reconsiderou e apresentou o mesmo pedido de informações, sendo elogiado pelo colega. “Quero enaltecer o gesto do Eduardo Nóbrega, para que tenhamos acesso às pessoas, cargos, vencimentos. Tenho uma tese de que muitos cargos são ocupados por parentes e por quem, talvez, nem trabalhe. Que mal há em se ter acesso à lista?”, disse Lune.

Lopes, Porta, Onishi, Carlinhos, André e Marcos Paulo, contrários a requerimento antinepotismo de Nóbrega

Nóbrega disse que apesar de a matéria parecer ser contra o governo indicou que os governistas também aprovassem. “Quero encaminhar favoravelmente ao requerimento e pedir para que os nobres pares votem tranquilo com suas consciências, sem nenhuma pressão, porque seria o líder de governo que está apresentando. Não, estou apresentando como líder do PR, dentro de um debate político que foi criado com o líder do PCdoB, e o povo já fez o seu juízo”, falou.

Apesar do pedido do autor pela transparência, vereadores da base de apoio do prefeito foram na contra-mão. O pastor Eduardo Lopes disse que, como virtude de “relação espiritual” que possui, tinha o discernimento de que a discussão entre Nóbrega e Lune “foi levada muito para o lado pessoal”. “Juridicamente, não posso dar o meu voto favorável para um requerimento dessa envergadura, quando muitas pessoas querem ter sua privacidade contida [preservada]”, disse.

Lopes pediu ainda que os governistas também votassem contra. “Líder do governo, temos um carinho muito grande [pelo sr.], mas meu voto é contrário”, disse, constrangido. Lacônico, Marcos Paulo se seguiu ao colega e alegou que tinha que ser coerente. “Alguns dias atrás, votei no requerimento do vereador Lune de maneira contrária e manterei meu posicionamento”, discursou o vereador em pouco mais de 30 segundos. Os outros quatro contrários silenciaram.

Mesmo Joice Silva (PTB), alvo do requerimento por conta de a mãe, Arlete Silva, ser secretária de Assistência Social, e Nóbrega, cujo pai, Olívio, é secretário de Planejamento, e teria outros parentes como assessores na Câmara, objeto também da proposição, votaram a favor, com os oposicionistas, Moreira (PT), Luzia Aprígio (PSB) e Lune. Já Lopes, André, Marcos Paulo, Carlinhos, Porta e Onishi foram contrários e decretaram a rejeição ao pedido de informações.

RELÓGIO
Chamada a votar, Joice só apertou o botão depois de Carlinhos, em cima da hora. Moreira protestou que o resultado foi proclamado após as 12h, vetado pelo regimento. “Vossa Excia entre com recurso via ofício, busque vossos recursos”, disse o presidente Cido (DEM), sem anunciar o placar da votação – 6 contra e 5 a favor. No Facebook, Lune expôs os 6 vereadores contrários ao requerimento que revelaria “funcionários fantasmas e nepotismo descarado” na prefeitura.

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