ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Representante da Ambev anunciou na quarta-feira (23) que o campo de futebol no Jardim Emílio Carlos, em Embu das Artes, receberá gramado sintético, após ser reunir com a Associação Internacional de Interesse à Humanidade (AIIH), liderada pelo idealizador do projeto social Marcos Guarani. O local é conhecido como campo do Jardim Irene, na divisa com São Paulo, por ser o “terrão” onde surgiu o craque Cafu, capitão da seleção brasileira pentacampeã mundial (2002).
Após ouvir a diretoria da associação para colher informações sobre o campo e visita “in loco” ao local, o integrante da agência responsável pelo marketing esportivo da cervejaria Pedro Henrique Carneiro disse que em 20 dias deverá ser aprovada a colocação do gramado sintético. “O espaço em relação à contribuição pública já está aprovado, tem participação ativa da comunidade, agora o próximo passo é a aprovação efetiva da obra por parte do cliente”, afirmou.
Com a aprovação, a execução dependerá apenas da liberação pela prefeitura e durará no máximo três meses. “A partir de toda documentação necessária e da ordem de serviço, com a nossa equipe autorizada a entrar em campo, a obra será de até 90 dias”, disse. Ele falou que a Ambev visa “outros negócios no entorno”, mas com o campo quer “abraçar celeiro do esporte [várzea], onde surgem craques”. O local foi escolhido “até pela história do Cafu e de onde veio”, disse.
O presidente da Fundação Cafu, Marcelo Evangelista, presente à reunião e vistoria, disse que o projeto é “maravilhoso, que vai fazer muito bem à comunidade do Jardim Irene e Jardim Emílio Carlos”, e deixa o irmão Cafu muito feliz. “Para ele, é um sonho conseguir ver o campo onde ele jogou por muitos e muitos anos com grama sintética, de poder estar na inauguração”, disse. “Eu que estou falando [que Cafu vem]. Eu amarro ele e trago, mas tem que estar”, brincou.
O secretário interino de Esportes, André Maestri, participou da visita técnica e disse que a prefeitura apoiará o projeto. “O governo se propõe a facilitar, de todas as formas, quanto aos trâmites legais de autorização, para que a Ambev possa concretizar a obra no tempo planejado”, disse. Ele falou que a prefeitura de Embu não dispõe de recurso para projeto de grama sintético em campo, que custa R$ 1 milhão. Carneiro disse que o investimento da Ambev é “sigilo”.
Marcos Guarani disse ver realizado “um sonho de tantos anos, de mais de uma vida quase”, na expectativa de que a colocação de grama sintética no campo – de 55 m de largura por 90 m de comprimento – não demore muito além de 90 dias no aguardo de autorização municipal. “Com o tempo de liberação, esperamos que seja executada em até cinco meses. Mas para a gente, que luta há 32 anos por esse projeto, não tem problema, será bem recompensado”, disse.
Guarani apresentou outras cinco “necessidades estruturais” do espaço, a pedido do agente da Ambev. “A menina dos olhos hoje é o gramado sintético. Mas pedimos arquibancada alambrado, iluminação, vestiário, e cobertura da quadra, onde são feitos outros trabalhos nossos”, disse. A AIIH atende 5 mil pessoas por mês, em atividades esportivas e educacionais. “Quando se fala em gramado sintético, parece que o principal é o futebol. Não, é a inclusão social”, frisou.
Guarani rebateu acusação do professor Herbert Melo de que impedia reforma do campo e tinha “briga pessoal com Cafu”. “Foram boatos de alguém sem caráter, que nem é da comunidade, mora no Capão Redondo e quer se aventurar em Embu como candidato a vereador”, disse. Melo chegou atrasado à reunião, foi interrompido pelo irmão de Cafu ao falar e se retirou após posar para fotos. “Pode ficar tranquilo que a Ambev não tem tempo para fofoca”, disse Carneiro.