ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Um dos profissionais de imprensa mais identificados com o esporte na região e apaixonado pelo futebol amador, o radialista Milton Rocha morreu na manhã deste domingo (12), aos 66 anos, de infarto, em Taboão da Serra. Ele passou mal durante a noite e chegou a ser socorrido de madrugada à UPA Akira Tada, mas teve a parada cardíaca. O corpo deve ser velado a partir das 21h e enterrado às 11h desta segunda, no Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes.
Sobrinho, o jornalista Ricardo Vaz, fotógrafo e assessor de comunicação da prefeitura de Taboão, falou consternado sobre Rocha. “Meu tio querido. Muito triste”, disse. “Estava tudo bem. Ontem sentiu umas dores [no peito] depois de sair da igreja. Foi para casa, tomou um remédio e melhorou. Quando foi umas 4 da manhã, foi para a UPA e hoje pela manhã infartou”, relatou. Rocha seguia na ativa e era visto à beira de campos e quadras nas coberturas esportivas.
Dono de uma voz potente, Rocha trabalhou na antiga rádio Tupi de São Paulo e depois em rádios comunitárias em Taboão, onde o interiorano se radicou – morava na região do Pazzini. Mesmo com dificuldades, ele passou a atuar na cidade pelo ideal de divulgar e prestigiar o futebol na região. Após breve passagem pela TV Taboão, ele era desde 2008 comentarista esportivo e também repórter da TV Atual (do grupo do jornal “Atual”), de propriedade de Márcio Cansian.
O VERBO conversou pela última vez com Rocha em jogo de futsal feminino do Cats-Taboão, em 13 de junho. Ele quis saber sobre política. Em 2008, aventurou-se em ser candidato a vereador de Taboão, pelo DEM, e teve 117 votos. Mas logo voltou ao microfone. “Só posso dizer uma coisa: ele era um ícone, um exemplo a ser seguido. Um profissional que mesmo sem muito recurso fazia tudo com muito amor. Sua voz rouca não vai mais ecoar nas quatro linhas”, disse Vaz.
“Milton Rocha era um parceiro, um profissional muito dedicado, que adorava o que fazia, o esporte era tudo para ele”, disse Cansian, lembrando que Rocha “chegou a narrar jogo em cima de árvore, naqueles tempos de rádio comunitária”. “Tínhamos muitos projetos ainda para realizar juntos pelo esporte, novidades, e tudo foi interrompido, fico muito chocado. Estou triste, perdemos um profissional fantástico”, completou o companheiro de empreitada e amigo.
Nascido em 19 de março de 1949 na cidade paulista de Santo Anastácio (região de Presidente Prudente, no Pontal do Paranapanema), Argemiro Milton Rocha, nome de batismo, atuou pela última vez no sábado passado, dia 4 de julho, no jogo Cats-Taboão x Exército Osasco, também pelo futsal feminino, no ginásio Zé do Feijão (Pirajuçara), nos comentários pela TV Atual. Ele deixa mulher, Cecília Lopes Bueno, e sete filhos, dos quais seis do primeiro casamento, além de netos.