ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito de Embu das Artes, Chico Brito (PT), rechaçou a denúncia feita pelo ex-vereador Antonio de Jesus Rocha (PSOL) de fraude nas licitações e contratos de pavimentação e recapeamento de vias da cidade com o Grupo Demop e afirmou que a concorrência teve “muitas empresas participando” e as obras foram atestadas como executadas e de qualidade. Em entrevista exclusiva ao VERBO, ele disse ainda que as citações “Chico” e “Francisco” ao lado de cifras não se referem a ele – “O meu nome não aparece” -, mas que “cabe investigação” sobre contabilidade da “Máfia do Asfalto”.
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VERBO ONLINE – Como o sr. recebe a denúncia do ex-vereador professor Toninho sobre a “Máfia do Asfalto” em Embu?
Chico Brito – A prefeitura, oficialmente, soltou uma nota, na qual afirmamos que todo contrato foi realizado dentro de um processo licitatório com muitas empresas participando. O Tribunal de Contas [do Estado] analisou essas licitações, veio e fez uma fiscalização das obras executadas, não tem obra superfaturada, não tem pagamento de obra não executada. Se em alguma cidade a empresa cometeu alguma irregularidade, o Ministério Público e a Polícia Federal estão aí para investigar.
VERBO – O nome do sr. aparece ao lado de cifras… Supostamente.
Chico – Não, não… O meu nome é Francisco Nascimento de Brito, então, o meu nome não aparece.
VERBO – Aparece Chico…
Chico – Chico, sim. [Mas] Quem acusa tem o ônus da prova. Eu não fui notificado, estou à inteira disposição para qualquer tipo de esclarecimento. Tudo que foi solicitado referente aos contratos, eu forneci ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
VERBO – O Ministério Público diz que a planilha [com nome de mandatários ao lado de valores] indica pagamento de propina a políticos.
Chico – Cabe aos órgãos competentes fazer a investigação. Os esclarecimentos solicitados foram todos fornecidos.
VERBO – E a denúncia do professor Toninho?
Chico – O Toninho vem fazendo denúncia há bastante tempo já [sorri], desde que ele saiu do PT [em 2005, após o escândalo do mensalão], ele não faz outra coisa. Já fizeram denúncia de um possível cartel de posto de gasolina na cidade, o Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, de promotores de Justiça] fez levantamento e depois arquivou por falta de comprovação, não tinha nenhum fundamento. À oposição cabe fazer o seu papel, o Toninho disputou a eleição comigo [em 2012] e perdeu. Ele já fez muitas acusações infundadas, essa é mais uma.
VERBO – Vai tomar alguma medida contra ele?
Chico – Os [meus] advogados estão analisando se cabem calúnia e difamação. Se couber, eles irão entrar com processo.
VERBO – O que o sr. diria aos munícipes?
Chico – Digo que as obras foram executadas a partir de uma licitação lícita, e a preço abaixo da tabela [praticada] tanto pela Dersa como pelo Dade [órgãos estaduais de estradas e estâncias turísticas, respectivamente]. Se tiver alguma irregularidade envolvendo algum agente público ou político, cabe investigação.
VERBO – A empresa [Demop ou empreiteiras do grupo] vai continuar executando obras de pavimentação na cidade?
Chico – Ela tem contrato. Só não continua se não honrar o contrato, não realizar obra de qualidade na cidade.