Apesar de Ney prometer, carros da Câmara de Embu seguem sem identificação

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Apesar de o presidente da Câmara de Embu das Artes, Ney Santos (PSC), garantir que identificaria os carros oficiais do Legislativo da cidade alugados, os veículos ainda não foram adesivados com a inscrição “uso em serviço” ou equivalente quase dois meses depois da promessa. Em entrevista à imprensa da região no dia 18 de março, o vereador afirmou que não era obrigatório identificar a frota, “mas moralmente para nós é interessante” e que já estava sendo providenciado.

Alugados, carros da Câmara de Embu sem qualquer identificação de uso exclusivo a serviço do Legislativo

Sem nenhuma inscrição, os carros oficiais locados com dinheiro do imposto do contribuinte podem ter mau uso sem possibilidade de serem identificados pela população nas ruas, já que têm placa comum (cinza), e não indicativa de estarem sendo usados pela Câmara – apenas o do presidente tem placa específica. Sem a identificação “tão necessária”, conforme passaram a admitir alguns vereadores, os automóveis estão sendo utilizados normalmente no dia a dia.

Na sessão no mesmo dia da entrevista, o vereador Doda Pinheiro (PT), ex-presidente da Câmara, disse que faria uso do carro oficial disponibilizado pela Casa, mas que queria a identificação do veículo que utilizava e dos outros para que fossem usados “única e exclusivamente em serviço”. O vereador João Leite (PT) teve posicionamento semelhante, de que o uso dos carros deveria ser somente a trabalho e que o aluguel dos veículos “não tem constrangimento nenhum”.

A locação da frota oficial ocorreu há dois meses e causou, porém, indignação entre a população. Moradores criticaram os vereadores, nas redes sociais e nas ruas, com palavras como “vergonha” e “imoralidade”, dizendo que o recurso deveria ser destinado à saúde, educação, cultura. O contrato é para até 15 carros. Como quatro vereadores abriram mão, a Câmara utiliza 11 (um Cruze, para o presidente, e dez Prisma) – com luxo, completos -, por R$ 273.072 ao ano.

Pressionado, Ney reconheceu que os adesivos permitem que os carros sejam facilmente identificados nas ruas pelos moradores e que seriam encomendados. Procurado pelo VERBO ao final da sessão no dia 22 de abril, ele disse que a Câmara ainda estava providenciando o material e que, no máximo, em duas semanas a gráfica responsável pela confecção faria a entrega. Apesar de uma produção simples, que leva alguns dias, a identificação ainda não ocorreu.

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