Cerca de 400 funcionários da Prefeitura de Taboão da Serra fizeram greve nesta quinta-feira (5) para exigir melhores salários e benefícios e concessão de ganhos extras. Os servidores realizaram passeata no Centro e se dirigiram à prefeitura. O prefeito Engenheiro Daniel (União) foi até a porta falar com os manifestantes e recebeu o sindicato (SindTaboão) e uma comissão de grevistas. Ele reafirmou que pagará a equiparação ao salário mínimo, em reunião que chegou a ser tensa.
Além de salário mínimo como vencimento base para 1.200 servidores, conforme calcula, o SindTaboão, com a comissão, reivindicou aumento real de 7,5%, pagamento de gratificações concedidas em decreto, reajuste do vale-alimentação (der R$ 305 para R$ 1.000), vale-transporte para funcionários de fora da cidade e parte dos residentes. O presidente do SindTaboão, Anderson Pereira, reclamou que o governo não atendeu a categoria ou falhou na comunicação.
O prefeito indicou governar há apenas cinco meses e ter assumido “funcionários desvalorizados e equipamentos sucateados”. “Muitas vezes faltam insumos, mesmo ainda na nossa gestão, mas vamos trabalhar muito para não mais acontecer, porque não só os servidores sofrem, também os moradores”, falou, para se ater às reivindicações. “Nada disso foi causado por esta gestão. Estamos buscando solução para um problema que herdamos, não que criamos”, afirmou.
Daniel rebateu que faltou diálogo. “Eu jamais deixei de atender o sindicato. Atendi em duas oportunidades em que pude. Mas, na minha falta, o secretário de Governo, o Paulo Silas, atendeu. Se foi satisfatório ou não, é outro caso, mas atendemos”, falou. Ele explicou que, por lei, “tudo que compõe a folha de pagamento não pode passar de 51,3%” e a recebeu com comprometimento de 49,5%. “Dentro de 1,8%, temos que transformar isso [reivindicações] em realidade”, esclareceu.
Daniel respondeu todas as perguntas, inclusive sobre os LNs. “A gestão passada gastava com livre-nomeados R$ 3,6 milhões”, disse. “E Agora?”, interrompeu uma servidora. “R$ 3,4 milhões. Teve redução”, disse Daniel, que julgou o menor salário dos LNs (R$ 3,5 mil) “digno”. “O nosso é digno?”, falou ela. “Não é digno, tanto que estou atendendo vocês. Você não foi valorizada por toda uma gestão, o problema caiu agora para mim e, se depender de mim, vou resolver”, respondeu ele.
Sob insistência, Daniel disse já ter reestruturado os LNs. “Já tirei o máximo dos livre-nomeados. Eles ganham o mínimo para trabalhar, e vocês ganham mal [por falta] de equiparação de mais de 20 anos”, disse, ao citar que os LNs representam despesa de apenas 4%. Ele foi interpelado que a população acreditava em mudança. “E a mudança vai acontecer. Já está acontecendo. Desde fevereiro fizemos um levantamento para elevar o salário base para o salário mínimo”, disse.
Anderson falou então que a equiparação já poderia ser efetivada. O prefeito indicou oportunismo do sindicato. “Isso não só dá para ser feito como você sabe que desde fevereiro já está sendo feito”, disse. Servidores alegaram ser o estudo. “Nunca foi falado que não seria implantado”, reagiu Daniel. Uma servidora aposentada disse esperar que o governo tivesse um plano concreto para as reivindicações, inclusive, um estudo para, por exemplo, reajustar o vale-alimentação.
Daniel retrucou com veemência e reafirmou que fará a equiparação ao salário mínimo. “Não dá para jogar para a torcida. Você entra aqui e fala de fato concreto. Fato concreto tem e está está sendo feito! Eu comecei fazendo justiça por aqueles que menos recebem! E vou continuar desse jeito!”, disparou. Ele disse que enviou há dez dias a lei para a Taboãoprev fazer o estudo de impacto para depois a Câmara votar. “No pior quadro, a gente vai implantar em agosto”, afirmou.
Daniel se dispôs a discutir as outras demandas após ver o impacto da equiparação. “De tudo que vocês estão pedindo, é o mais importante. Vamos aplicar. A partir do momento que não chegar ao limite prudencial [51,3%], vamos trabalhar outras pautas. Agora, não cobrem de mim fazer justiça [por desvalorização] de 20, 30 anos. Não consigo. Mas, durante os meus quatro anos de governo, sempre que eu tiver margem vou fazer algo para melhoria do funcionalismo,” declarou.
Daniel ainda teve de responder sobre gratificações. Ele disse não ter cortado nenhuma paga pela gestão passada, para 1.400 servidores, e até ampliou para mais de 1.800. A servidora que indagou sobre os LNs questionou o critério e defendeu cancelar, em desconforto entre os grevistas. “Vocês não querem gratificação”, ironizou Daniel. Mas, para a servidora que reclamou, ele prometeu “avaliar o pedido de cortar”. Apesar do “deslize”, prevaleceu o consenso sobre o avanço possível.
O presidente do SindTaboão fez avaliação positiva e elogiou Daniel. “Este ato que aconteceu é histórico, e você atender [os servidores na prefeitura] também mostra a diferença de um gestor comprometido com a causa”, disse Anderson ao prefeito, ao se mostrar satisfeito com a equiparação do vencimento base ao salário mínimo aos cerca de 1/4 dos servidores. Mas, após deixar a reunião, o sindicato decidiu pela continuidade da greve até a aprovação do projeto de lei.
Parabéns Daniel você está mostrando ser um gestor preparado para governar Taboão e isso aí negocia com os colaboradores que dá certo não faça igual aos outros políticos que simplesmente viram as costas para os problemas