Aprígio dá ‘zero’ para Fernando na saúde e se diz ‘perseguido’ por alvarás

Especial para o VERBO ONLINE

KAREN SANTIAGO
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Taboão da Serra Aprígio (PSB) não poupou críticas ao governo de Fernando Fernandes (PSDB) e disse dar para a gestão da saúde – após as recentes mortes sob denúncia de negligência médica no Pronto-socorro Antena – nota “zero”, em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, dia 30. Ele fez a afirmação após questionado pelo VERBO que avaliação cravaria de 1 a 10 para a administração do adversário político.

Aprígio afirmou que a responsabilidade pela saúde “estar como está é da prefeitura, já que terceirizou a área” e tem o dever de “fiscalizar”, sem jogar a “culpa no profissional”. Ele sugeriu que a Câmara deve convocar reuniões para cobrar a secretária Raquel Zaicaner sobre o contrato com a SPDM, que gerencia os três PSs da cidade, quanto ao número de médicos. “Dizem ter 333, mas o vereador Marcos Paulo, em discurso na Câmara, afirmou que tem somente 120”, disse.

O ex-vereador e ex-candidato a prefeito Aprígio em entrevista em que sugeriu cobrar governo sobre SPDM

Ele afirmou que, se fosse prefeito, “jamais terceirizaria a área”, mas “remunerava melhor para motivar os médicos a trabalharem em Taboão”, ao frisar “que está faltando administração” ao governo. Disse que pelo prefeito “ser médico deixa a desejar”, e que a cidade já devia ter avançado, sendo administrada por médicos, alusão também ao antecessor Evilásio Farias, de seu partido. Ele disse que por onde anda a população fala “eu não vou para o PS para morrer”.

Ele respondeu que a antiga empresa, a Iacta, “ganhava menos de três milhões para gerenciar a saúde”, mas “essa outra empresa [SPDM] passou para sete milhões”. Segundo ele, antes não havia tantos registros de mortes e erros médicos, mas hoje “são mais de seis, sete mortes em pouco tempo”. Também condenou fechar o PS no centro. “Atendia o Monte Alegre, Pazzini e toda a área em volta. Está pior, os munícipes têm que atravessar a BR [Régis Bittencourt]”, disse.

Aprígio disse também sofrer “perseguição” por parte do prefeito ao se referir a licenças para seus empreendimentos, como a Casa Outlet Shopping, local da entrevista. “Não foi aprovada até agora”, disse. Na última vistoria, “só faltava alvará das escadas e elevadores, que estão funcionando, e até agora não foi concedido”. Disse que outras empresas pediram habite-se e na “outra semana saiu”, e algumas “inauguraram sem alvará dos bombeiros e projetos aprovados”.

Ele também comentou que a avenida Vida Nova, ao lado dos condomínios, foi planejada “com sarjeta, esgoto, elétrica”, após a gestão passada desapropriar, e “eles entraram na Justiça, querem fechar”. Questionou ainda sobre o terreno da UPA, “que não foi doado”, e a razão de o prefeito não fechar rua do shopping, que disse estar ilegal. “Eles construíram e a manutenção é feita por eles”, disparou. “Por isso, classifico de perseguição, porque é só comigo”, afirmou, categórico.

Aprígio, ao lado de assessor, concede entrevista a 7 veículos de imprensa da região em outlet na cooperativa

Aprígio atacou ainda “o lixo para todo lado, não só agora quando os coletores estão em greve”, a educação, que “tem sempre reclamações”, e a “obra inacabada do córrego Poá, que resultou na enchente no centro e na morte de um aposentado”.  “Se tivesse feito a canalização como precisava, não teria acontecido”, disse. Sobre a nota que daria para o governo no geral, sem titubear, respondeu “3”, mas na saúde, zero. “Não tenho motivos para dar nota boa”, comentou.

Ele disse que mudará de partido – o PSB é aliado ao PSDB no Estado. “Seguramente, sairei do PSB. Não tenho motivos específicos. Mas a tendência é conversar com outros partidos”, disse. Ele falou que três já o cortejam. “Não desisti de trabalhar pela minha cidade”, disse, após votação fraca em Taboão em 2014 – 18 mil. Disse ter ficado dois anos sem falar sobre o governo por estar “esperando os dias melhores chegarem”, ironizou sobre slogan de Fernando na eleição.

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