Vereadores de Embu fazem nova eleição da mesa-diretora nesta 6ª; dissidentes dizem ter mais 2 votos

Escolha de presidente e mais 4 cargos será realizada novamente após Justiça anular votação no dia 1º em ação ajuizada por Vanessa da Saúde e mais 3 aliados de Hugo

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Ricardo, Diego, Abidan, Zé do Piscinão, Boblel, Juneca, Abel, Léo, Índio, Gideon Junior e Uriel (a partir esq.), governistas dissidentes e oposição, em sessão na quarta (8) | AO/Verbo

A Câmara de Embu das Artes elege a mesa-diretora para 2025-2026 novamente nesta sexta-feira (10), a partir de 12h, após a Justiça anular a votação ocorrida na posse, no dia 1º. Os sete vereadores da base do governo Hugo Prado (Republicanos) dissidentes se uniram aos quatro da oposição e elegeram Abel Arantes (SDD) para presidente, contra a ordem do prefeito de escolher Vanessa da Saúde (União). Quatro dos 10 governistas alinhados a Hugo contestaram a eleição judicialmente.

No mandado de segurança, o quarteto – Alexandre Campos (Avante), Dedé, Betinho Souza (ambos Republicanos) e Vanessa – argumentou que Alexandre não teve o nome chamado para votar e Dedé e Betinho foram prejudicados ao votar com a retomada da sessão suspensa irregularmente na segunda votação da mesa (escrutínio). Na própria sessão, a Procuradoria da Câmara deu parecer pela invalidação da votação. Os reclamantes usaram os apontamentos da Procuradoria.

Na terça-feira (7), o Ministério Público se manifestou a favor da anulação. No mesmo dia, ao se dirigir à juíza do caso, a procuradora Leticia Albanesi recuou, defendeu a votação e requereu que, em caso de decisão favorável a nova eleição da mesa, “somente 4 vereadores impetrantes” que se sentiram prejudicados tivessem direito ao voto. “Nova votação por completo seria ‘revotação’ e geraria insegurança jurídica, além de ferir o direito daqueles que não reclamaram”, alegou.

Na quarta (8), a Justiça concedeu, porém, liminar para que a Câmara faça nova eleição da mesa com voto dos 21 vereadores sem exceção – não sendo necessário repetir apenas o rito da posse. “Defiro a tutela antecipada de urgência apenas e tão somente para determinar a suspensão dos efeitos da votação da Mesa Diretora, para que seja assegurada a participação de todos os vereadores na votação do segundo escrutínio”, decidiu a juíza Ana Sylvia Lorenzi Pereira.

Os dissidentes, com a oposição, tomaram conhecimento da decisão enquanto realizavam uma sessão extraordinária, a segunda no ano, para eleger os membros das comissões temáticas da Casa – os 10 pró-Hugo faltaram. O “G11” chegou a suspender os trabalhos após a ordem judicial proferida – oficialmente, justificou a pausa para definir nomes para uma comissão ainda em aberto. Ao voltar ao plenário, o grupo não citou a decisão e a necessidade de nova eleição da mesa.

Cerca de uma hora antes, durante entrevista que concederam, os dissidentes, com a oposição, demonstraram serenidade no caso de nova votação. “Seguiremos firmes e fortes da mesma forma. Se tiver nova eleição, não vejo problema algum, temos 11 votos e mais 2 ‘segredos’”, declarou Abel, ao se referir ao anúncio de que mais dois governistas vão abandonar Hugo e aderir ao grupo – sem citar quem. A revelação dos novos aliados inflama mais a eleição desta sexta.

Ao deixar a sessão, Abel falou com o VERBO e considerou positivo a Justiça se pronunciar sobre a contenda no Legislativo, na linha da ideia que vem defendendo, de que a Câmara deve ter autonomia para atuar. “Foi bom o Judiciário também ter se manifestado, é a independência da Justiça, os poderes são independentes”, disse. Ele mandou, porém, um recado ao governo, indicando que o grupo está coeso. “É bom eles não insistirem, que vão sofrer nova derrota”, disse.

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