O jornalista, advogado e ex-secretário municipal de Taboão da Serra Maruzan Corado de Oliveira morreu neste domingo (22), aos 62 anos, de câncer no pâncreas. Ele estava internado no Hospital Regional de Osasco (SP). Nascido em Corrente, no sul do Piauí, Maruzan começou a atuação profissional em Taboão nos anos 1990, quando lançou um jornal e foi assessor parlamentar na Câmara. Na época, ele iniciou uma relação política duradoura com o ex-prefeito Evilásio Farias.
Maruzan virou “braço direito” de Evilásio e auxiliou a criar a “Operação Cidadania”, na qual o então vereador – médico – atendia pacientes de graça. Em 1998, ele ajudou Evilásio a se eleger deputado federal e se tornou chefe de gabinete, em 1999-2000/2003-2004, e também o assessorou como secretário de Bem-Estar Social de São Paulo (gestão Marta Suplicy, PT), em 2001 e 2002. Teve papel central, porém, quando Evilásio foi prefeito de Taboão (2005-2012), por quase oito anos.
Homem forte de Evilásio, Maruzan se tornou um “supersecretário”, inicialmente à frente da então Coordenadoria Executiva (Coex) e depois como secretário de Planejamento. Na segunda gestão de Evilásio, porém, sofreu forte revés. Em 2011, Maruzan foi preso – por 53 dias -, com outros dois secretários, por susposto envolvimento no “escândalo do IPTU” (baixa fraudulenta). Em 2019, após investigação e julgamento conturbados, ele foi inocentado, por falta de provas.
Fora da prefeitura, Maruzan continuou a assessorar Evilásio e assumiu a presidência do partido do ex-prefeito, o PSB. Em 2020, conduzido por Evilásio, apoiou o candidato a prefeito Eduardo Nóbrega, então adversário de Aprígio (Podemos). Em 2023, ele se envolveu em nova polêmica. Após o prefeito aprovar a criação de quase 700 cargos de livre-nomeação, Maruzan mandou mensagem ao VERBO com crítica à reforma administrativa de Aprígio. “Trem da alegria?”, ironizou.
No entanto, três meses depois, Maruzan assumiu um cargo de LN no governo que tinha criticado, em postura incoerente. Porém, Evilásio o defendeu, apesar de um forte crítico a Aprígio na ocasião. “Maruzan é um cara independente, tem família para sustentar, precisa trabalhar. É um profissional, aliás, um bom profissional. Maruzan sempre foi um cara crítico. Fazia crítica dentro do meu governo”, declarou a este portal. Evilásio morreu em junho – também de câncer no pâncreas.
“Na manhã de hoje, nos despedimos de um líder, um guerreiro e um pilar da família Corado. Maruzan deixou um legado com muitas lições e aprendizados a todos. […] Um grande jornalista e advogado que superou todas as adversidades da vida”, diz mensagem (trecho) publicada no perfil dele em uma rede social. Maruzan deixa esposa e dois filhos. O corpo será velado nesta segunda-feira (23) a partir das 9h e sepultado às 13h no cemitério Valle dos Reis, em Taboão.