Guardas de Taboão esperam Aprígio chamar para discutir reivindicações e dão ultimato

Guardas civis municipais de Taboão da Serra falam em engrossar o movimento pelo pagamento de direitos e pressionar o prefeito Aprígio (Podemos), inclusive com ida à prefeitura, caso o Executivo não atenda reivindicações da corporação. Um grupo numeroso – mais de cem GCMs – esteve na terça-feira (16) na Câmara Municipal para pedir apoio dos 13 vereadores, todos governistas, à pauta de redução de jornada e recebimento de adicionais por tempo de serviço.

Em movimento nunca visto na história da GCM de Taboão com tamanha representatividade, em sinal de insatisfação crescente com o governo Aprígio – reforçada, segundo membros, por perseguição e desmandos desde o início da gestão -, os guardas se mobilizaram para ir à Câmara e tomaram as galerias, em que estenderam a bandeira da corporação. Os agentes foram atendidos pelo presidente André Egydio (Podemos) e tiveram reunião com os vereadores.

No auditório da Câmara, Um GCM foi o porta-voz do grupo e falou sobre a pauta de reivindicações – no total de 16. Ele cobrou “todos os direitos”, mas ressaltou quatro: pagamento do quinquênio (adicional salarial de 5% a cada cinco anos de serviço) e da sexta-parte (valor extra de 1/6 do salário-base após 20 anos de exercício), gratificação por nível superior (de 15% a 25% conforme a graduação) e diminuição da carga horária de trabalho em 35%, para 160 horas mensais.

“O que nós queremos? Recuperar todos os direitos que nos foram tirados, que todos os funcionários da prefeitura, sem exceção, já têm: quinquênio, sexta-parte, nível universitário. Está na [lei complementar] 018/94. É direito de todos os funcionários. É lamentável que tenham tirado de nós. É lamentável, isso não poderia ter acontecido nunca! Mas é oportunidade dos senhores fazerem essa correção histórica, de recuperar um direito que só nós guardas não temos”, disse o GCM.

“Aumentaram a nossa carga horária. É variável… [Disseram] ‘Ah, era melhor para vocês’. Não é melhor. É um trabalho que exige muito do psicológico. O guarda acaba tendo de se ausentar da sua casa por mais tempo. Que retornemos pelo menos à carga horária original do nosso concurso, de 160 horas. Que os senhores nos ajudem, mães e pais de família que procuram trazer segurança a esta cidade, nos ajudem junto ao Executivo para avançarmos nessas pautas”, falou.

Egydio disse esperar que Aprígio atenda os reclamos da corporação. “Vamos conversar com o prefeito, e ele, sensível, tenho certeza, vai atender as reivindicações – espero. São coisas que foram tiradas deles do passado, e eles querem que retornem. São reivindicações justas, não é nada absurdo, o impacto financeiro deve ser muito pequeno. Nada melhor que atender essas pessoas que tanto trazem segurança para a nossa população”, afirmou, ao “Jornal Atual”.

No entanto, até esta quinta-feira, o governo Aprígio não deu nenhum sinal de diálogo. GCMs dão ultimato. “O pessoal está indignado. Vamos esperar até as 17 horas de amanhã. Se não tiver retorno da administração ou da Câmara, na segunda-feira a gente vai estar na prefeitura cedo, na hora que os vereadores se reúnem com o prefeito, em maior número. Se não tiver a reunião deles, vamos para a Câmara na terça. A gente não vai parar [o movimento] mais”, disse um agente.