Sabesp ‘enfim’ divulga restrição; Taboão pode ficar 18h por dia sem água

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

As residências de Taboão da Serra são afetadas pela redução da pressão de água na rede, imposta pela Sabesp (companhia de abastecimento do Estado de São Paulo), por até 18 horas por dia, do início da tarde até as primeiras horas da manhã do dia seguinte. Na prática, podem ficar com as torneiras secas durante o período. A restrição no fornecimento varia, no centro vai das 13h às 5h, nas outras regiões, como o populoso Pirajuçara, dura mais, 13h às 7h.

Em Embu das Artes, de acordo com a Sabesp, existe só um horário de restrição para o município inteiro, das 16h às 8h – menos longo, de 16 horas. Embu-Guaçu todo sofre a medida no mesmo horário. Já em Itapecerica da Serra a redução da água também ocorre das 16h às 8h, mas só na área central, não nos outros pontos da cidade, segundo a empresa. Os outros dois municípios mais próximos, São Lourenço da Serra e Juquitiba, não figuram no plano de contingência.

Vazamento em Taboão em 2014; medida para reduzir perdas agora serve como restrição no fornecimento

Cotia tem quatro regiões com redução da pressão de água. Na Granja Viana, a restrição vai das 13h às 4h, como também no Jardim Atalaia. Na área central, das 13h às 5h, e nos demais pontos da cidade, das 13h às 7h. De acordo com a Sabesp, a região do Jardim Japão não sofre diminuição de fornecimento. Vargem Grande Paulista, que também passou a compor a região sudoeste da Grande São Paulo, é afetado pela medida das 13h às 7h em todo o município.

A Sabesp começou a informar os horários em que cada imóvel da região metropolitana é afetado pela redução da pressão da água na rede somente nesta segunda-feira, dia 26, apesar de passado um ano do início da crise de falta d’água no Estado. A companhia adota a medida desde 1997 para reduzir as perdas por vazamentos, mas a intensificou após a seca no sistema Cantareira e provocou cortes no abastecimento, inicialmente à noite e em regiões mais altas.

Sem planejar investimentos para enfrentar a crise hídrica, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) apela para a redução da pressão na rede como uma das últimas medidas para conter o consumo e evitar o colapso dos reservatórios. Embora responsável por 52% da economia de água obtida na secura, a restrição nunca havia sido divulgada pela Sabesp, que a admitia impopular. Mas agora bairros podem ser afetados por um período maior que o informado pela empresa.

Acusada de falta de transparência, a Sabesp divulgou os locais e horários, mas só depois de determinação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) e tendo autorização para cobrar sobretaxa de até 100% na tarifa de água dos que aumentarem o consumo. Em outubro de 2014, a empresa forneceu mapas sobre “nível crítico” de abastecimento na região, mas preferiu desqualificar alerta do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Por telefone ou site, a Sabesp diz que, “para que a redução de pressão cause o menor transtorno possível na sua rotina, tenha no imóvel reservação de água adequada ao consumo dos usuários por 24 horas e verifique se as instalações internas estão ligadas à caixa de água e não diretamente à rede da rua”. Diz que a diferença entre período de redução de pressão em cada região se deve a características topográficas e da tubulação e tamanho da população local.

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