‘G 7’ põe orçamento em pauta nesta 5ª-feira, mas não garante votação após ‘intransigência’ de Aprígio

Mal sucedido em impor Joice presidente, prefeito orientou aliados derrotados a anular eleição e agora é instado a apresentar 'proposta' para reaproximação

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Onishi teve comissionados exonerados por Aprígio ao votar contra candidata do governo, além da retirada de anúncio de site de companheira; 'G 7' quer 'proposta' de Aprígio | PMTS

O presidente da Câmara de Taboão da Serra, Carlinhos do Leme (PSDB), não colocou em votação na terça-feira (27), pela segunda sessão seguida, o orçamento municipal de 2023, em imposição de “calvário” ao prefeito Aprígio (Podemos). Em 2021, ao iniciar o mandato, em situação semelhante – com a maioria dos vereadores, eleita na oposição, então “hostil” -, Aprígio também clamou pela aprovação do orçamento por “condições para que a gente trabalhe”.

A lei orçamentária (LOA) não foi colocada na ordem do dia, para votação, em clara reação do grupo de vereadores que passou a ser maioria na Câmara (sete – “G 7”) às investidas e decisões da minoria (seis) e de Aprígio contra a eleição de André Egydio como presidente da Casa em 2023-2024. O Legislativo é “controlado” agora por Gallo (Republicanos), Marcos Paulo (PSDB), Érica Franquini (PSDB), Ronaldo Onishi (DC), Nezito (Republicanos), além de Carlinhos e Egydio.

Com a “temeridade” de Aprígio de preferir Joice Silva (PTB) para presidir a Câmara, em vez do colega de partido Egydio, os aliados do prefeito – Anderson Nóbrega (MDB), Alex Bodinho (PL), Sandro Ayres (PTB), Enfermeiro Rodney (PSD), Luzia Aprígio (Podemos) e Joice – tentaram, primeiro, obstruir a eleição ao saber que iam perder. Depois, entraram duas vezes na Justiça para anular. Perderam. Para azedar de vez, Aprígio demitiu comissionados de Gallo, Egydio e Onishi.

Em episódio visto como sinal de que é desprovido de habilidade política, Aprígio disse na rua – de dentro de carro – a apoiadores de Gallo, após exonerar indicados do vereador, que “foi o Gallo que mandou gente embora”. “Fala para ele, manda ele votar”, continuou, flagrado em vídeo divulgado no dia 14. Na mais recente investida, ele tirou anúncio da prefeitura do “Jornal na Net”, da jornalista Sandra Pereira, companheira de Onishi. Procurada, Sandra não respondeu.

Segundo o “Jornal Atual”, antes da sessão, na segunda-feira (26), dois representantes dos sete vereadores se reuniram com o secretário Mario de Freitas (Governo), mas o encontro foi infrutífero diante da “intransigência” do Executivo. O impasse se agravou, já que a negociação sobre volta de comissionados ficou mais complicada. Segundo o jornal, o grupo aguarda uma proposta do prefeito em “patamar acima” da reacomodação dos livre-nomeados “enxotados”.

Com o impasse, o governo ainda poderá ter grande dor de cabeça ao ter que enviar à Câmara uma lei de reformulação de cargos e salários da prefeitura, contemplando a demissão de cerca de 630 livre-nomeados em situação ilegal ao ocupar postos inerentes a servidores concursados. Quanto ao orçamento, Carlinhos deu indicação de que a votação não ia ocorrer na terça. Na sexta-feira (22), indagado pela reportagem sobre quando a LOA ia ser votada, ele não respondeu.

Contudo, o orçamento, de cerca de R$ 1,5 bilhão, será apreciado nesta quinta-feira (29), em sessão a partir das 14h. Carlinhos só vai pôr a LOA em votação para não correr risco de improbidade por protelação além do ano corrente. Não está garantido, porém, que o orçamento será votado. “Vai ser colocado em pauta”, disse Egydio ao VERBO. Em caso de votação, a expectativa é de que o “G 7” imponha a Aprígio o estorvo do remanejamento mínimo da receita, em torno de 0,5%.


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