O secretário de Comunicação do governo Aprígio (Podemos), Arnoldo Landiva, fez a Prefeitura de Taboão da Serra empregar uma web designer como comissionada, Bruna Mascarenhas da Silva – incluída na folha de pagamento da administração -, mas mantém a profissional como funcionária fantasma, e quando manda ir para a secretaria (Secom) põe a livre-nomeada (LN) para fazer serviços privados de sua empresa. Bruna trabalha na Agência Landiva.
A informação parte de relato de um denunciante, que procurou o VERBO para apontar as irregularidades praticadas pelo secretário na Secom – além de “desrespeito” a profissionais preteridos. Landiva colocou Bruna na pasta no início deste ano – em 26 de janeiro, conforme registro funcional. “Ele tem uma funcionária da agência que está nomeada na prefeitura, mas só faz coisas da agência dele. Ela é designer, e nem tem computador na prefeitura”, diz a pessoa.
Este portal teve acesso ao diagrama da rede de computadores. “É da rede da Secom, onde todos os funcionários têm uma pasta, até os estagiários. Todo mundo que produz na secretaria tem uma pasta, a única que não tem é ela, que só vai lá porque tem que bater ponto, mas só faz demandas da Agência Landiva”, afirma, sobre Bruna usar estrutura pública para fins privados. O “espelho” é de maio – parte do profissionais não consta mais – deixou a pasta, “humilhada”.
“Aliás, aquilo [secretaria] virou uma extensão da agência dele [de Landiva], reuniões da agência acontecem lá, os funcionários vivem lá fazendo coisas da agência nos computadores, além de usarem os equipamentos [da administração municipal]. Usam os equipamentos em trabalhos particulares”, aponta o denunciante. “Tenho um vídeo de um [outro] funcionário dele fazendo a filmagem de um casamento [em um sábado] com a câmera da prefeitura”, acrescenta.
Bruna recebe R$ 2.000, mas ganharia mais. Segundo fontes do governo, o salário registrado não inclui gratificações. “[Landiva] Levou ela [para a prefeitura] para aliviar tudo que era do bolso dele”, diz. Ele tem na Secom outros dois profissionais que, segundo o denunciante, também são funcionários da agência, com mesmo salário, fora os extras – Larissa Oliveira Rapozo e Petterson Costa das Virgens. “É histórico dele remunerar mal os colaboradores”, comenta.
Pelo menos antes da reformulação do local de trabalho da Secom, Bruna ocupava “a última cadeira à esquerda, colada na parede da sala dele [secretário]”, diz o autor da denúncia, sobre a webdesigner usar a Secom para interesse privado. “Não é segredo para ninguém que vai lá e troca algumas palavras com qualquer funcionário. É só ir lá e ver. Se ligar na Landiva e perguntar sobre ela, vão passar o contato dela, a funcionária fantasma de corpo presente”, afirma.
Mas Bruna não seria nem “funcionária fantasma” que vai à secretaria, mas se ocupa de afazeres alheios à pasta, mas “convencional”, que não chegaria a comparecer à Secom. O VERBO foi até a Agência Landiva, em um edifício – onde ocupa salas em dois andares – na estrada São Francisco, ao lado do Shopping Taboão, nesta terça-feira (20). O funcionário que recebeu a reportagem, no saguão, disse que Bruna fica a serviço exclusivo da empresa de Landiva. Ela não estava.
“Bruna Mascarenhas não fica na empresa, ela trabalha de casa”, informou ele. Explicou que a agência já estava quase sem ninguém “porque amanhã [hoje] já está todo mundo de recesso”, mas confirmou que Bruna é funcionária. “Sim, sim, trabalha com a gente. Só que ela trabalha de home office, entendeu?”, disse. “A gente é uma agência de comunicação e design. Temos fotógrafos, criador de site, designer, que é a Bruna Mascarenhas, ela que faz essa parte”, afirmou.
OUTRO LADO
Este portal se dirigiu à Secom e foi informado que Bruna não estava trabalhando, sob a alegação de que estava fora nesta semana devido a revezamento de servidores no fim de ano. Diante do pedido para falar com Landiva, uma assistente disse que o secretário não podia atender. Ele chegou a telefonar depois. A reportagem retornou, mas ele recusou ligação. Questionado sobre a denúncia por e-mail, Landiva silenciou. Procurada via rede social, Bruna não respondeu.
VEJA PARTE DO TEOR DA DENÚNCIA E SISTEMA DA SECOM SEM PASTA DE ARQUIVOS NO NOME DE BRUNA