ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O governo Aprígio (Podemos) comprou oito motocicletas para a Guarda Civil Municipal de Taboão da Serra por preço acima do de mercado e ainda mantém a nova frota encostada, sem incorporar ao patrulhamento da GCM há quase 2 meses – quando a administração poderia utilizar as unidades para coibir, com o grupamento da Romucam (ronda sobre duas rodas), uma das modalidades de crime mais frequentes no município, o assalto por criminosos em motos.
O governo fez o pregão eletrônico nº E-095/2021 e o processo administrativo 19296/21 para registro de preço para “aquisição de 8 motocicletas” e firmou contrato com a Power Distr. de Veículos Ltda. para compra da “motocicleta modelo trail” pelo valor de R$ 36.694,66 a unidade – com prazo de vigência de 12 meses, a contar da assinatura, feita em 8 de setembro de 2022. Assina o secretário Wagner Eckstein Junior (Administração) – genro de Aprígio.
O Executivo teria comprado as motocicletas (Yamaha XTZ 250 lander) com preço superfaturado. Tabela Fipe de setembro aponta que a moto de mesma marca e modelo tinha valor unitário de R$ 24.133,00, quando era mais barata – neste mês é de R$ 24.172,00. Ou seja, o governo pagou 52% mais caro por unidade. Como adquiriu uma frota, deveria ter desembolsado ainda menos. Pelo preço de mercado, daria para ter adquirido 12 motos, e não oito.
O prejuízo para o contribuinte de Taboão vai além. Além do sobrepreço, as motos ainda estão sem uso – elas já foram entregues à prefeitura e estão na central de rádio e videomonitoramento da Guarda, o Centro de Operações e Inteligência, a poucos metros da sede da administração – e da cadeira de Aprígio. “Estão em contrato. E já foram disponibilizadas. Foram adquiridas por um valor superior ao de tabela e estão jogadas no COI”, denuncia um servidor.
O funcionário, que pediu anonimato, falou com o VERBO em 24 de outubro. “Vi que esse jornal é o único que luta pelo que é certo. As motos estão há quase um mês ao relento”, disse na ocasião. Nesta quarta-feira (16), ele voltou a falar com a reportagem, para relatar que as motos ainda não estão em operação. “Estão paradas do mesmo jeito que chegaram. Debaixo da mesma cobertura e sem uso. Nem plotadas com adesivo ou pintadas foram”, afirma.
OUTRO LADO
Este portal questionou o prefeito, via Secretaria de Comunicação, sobre a aquisição e se as motos já estavam em uso – se sim, desde quando? se negativo, por que ainda não estão incorporadas ao patrulhamento?”, e “qual a explicação para ter feito a ‘aquisição’ de cada moto por valor acima do de mercado, em pelo menos 50%?” Aprígio ficou calado. Na semana passada uma moradora teve o celular roubado no Jardim Roberto (Pirajuçara) por um homem em moto.
VEJA CONTRATO DE AQUISIÇÃO DAS 8 MOTOS, POR PREÇO BEM ACIMA DO VALOR DA TABELA DE MERCADO