ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
Tarcísio de Freitas (Republicanos) derrotou Fernando Haddad é foi eleito governador de São Paulo. Ele teve mais de 13 milhões de votos (13.480.643), 55,27% dos válidos, contra quase 11 milhões do petista (10.909.371) ou 44,73% – diferença de 2.571.272. Com Jair Bolsonaro (PL) como padrinho, Tarcísio teve a “identidade” reconhecida ao ter praticamente o mesmo percentual do presidente no Estado, 55,24% – Lula (PT), aliado de Haddad, teve 44,76%.
No primeiro turno, Tarcísio também ficou em primeiro lugar, com 9.881.995 votos (42,32%). Ele teve quase 3,6 milhões de votos a mais (3.598.648) ou 36,42%. Já Haddad conseguiu aumentar 2,5 milhões (2.572.232) ou 30,85%. No segundo turno, Tarcísio recebeu apoio do governador e candidato à reeleição derrotado Rodrigo Garcia (PSDB). A propósito, o candidato do Republicanos, eleito, quebra a hegemonia de 28 anos do PSDB no comando do Estado.
Tarcísio venceu em 566 municípios (dos 645), 88% do total. Já Haddad ganhou em 79, entre eles a capital (54,41% – 3.565.920 votos, contra 45,59% – 2.987.298). Contudo, entre os paulistanos, em relação ao primeiro turno, enquanto Haddad teve 27,13% mais votos, Tarcísio cresceu 45,16%. Em 2 de outubro, o candidato do Republicanos tinha vencido em 500 cidades, contra 91 conquistadas pelo petista – Garcia havia ficado em primeiro lugar em 52.
Na região, Tarcísio ganhou em três cidades: Vargem Grande Paulista – 54,27% (15.721) x 45,73 (13.245); Juquitiba – 52,03% (8.418) x 47,97 (7.760); São Lourenço da Serra – 53,68% (4.449) x 46,32% (3.839). Haddad venceu em Taboão da Serra – 58,65% (93.985) x 41,35% (66.255); Itapecerica da Serra – 57,86% (50.174) x 42,14% (36.536); Embu – 56,45% (82.202) x 43,55% (63.419); Embu-Guaçu – 51,21% (19.059) x 48,79% (18.161); Cotia – 50,39% (66.727) x 49,61 (65.693).
No primeiro turno, na região, Tarcísio tinha vencido apenas em Vargem Grande, e Haddad, em seis municípios. O governador eleito disse que recebeu uma ligação de Haddad “nos cumprimentando pelo resultado e já se colocando à disposição do Estado de São Paulo em Brasília para ajudar no que for necessário”. Indagado se o Estado se transformaria em um reduto bolsonarista, ele disse que deseja ter o “melhor diálogo possível” com o governo de Lula.
“Queria agradecer a expressiva votação, os mais de 13 milhões e 400 mil votos. Agora a gente faz um governo para 46 milhões de paulistas. Vamos olhar sempre o interesse do Estado de São Paulo, para trazer política pública vai ser fundamental um alinhamento, um entendimento com o governo federal. […] Vamos tirar projetos do papel, investir muito no social”, discursou Tarcísio, que disse se preocupar com a quantidade de pessoas em situação de rua.
Tarcísio garantiu que montará um secretariado técnico. “O que vocês podem esperar da nossa parte é a busca por competência, de perfis extremamente técnicos, capazes da demanda e da responsabilidade que agestão de São Paulo nos impõe”, disse. Ele anunciou que a transição será conduzida por Guilherme Afif Domingos. Questionado se o “padrinho” teria algum cargo no governo, ele disse que Bolsonaro é presidente e não se tornaria secretário estadual.