ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O candidato a presidente da República Ciro Gomes (PDT) esteve nesta terça-feira (27) em Taboão da Serra, no comitê do partido no município, no Jardim Record, na periferia, e reafirmou o compromisso de combater a fome que flagela mais de 30 milhões de brasileiros, ajudar as famílias a sair do endividamento doméstico para ter crédito e retomar obras paralisadas para gerar empregos e renda. Ele disse ainda que, se eleito, quer ampliar o transporte por metrô.
Em discurso de pouco mais de 10 minutos, Ciro prometeu renda mínima às pessoas mais pobres. “33 milhões de brasileiros estão passando fome e 125 milhões vão terminar o dia sem ter feito três refeições. Proponho a criação de um programa de renda mínima como um direito na Constituição, para acabar com o negócio de fulano ameaçar na véspera da eleição tomar ou pedir gratidão do povo. O programa está redondinho, são R$ 1.000 por família”, disse.
O candidato disse enfrentar resistência à ideia “porque a ‘banqueirada’ não quer que o povo acredite de onde vem o dinheiro”, mas falou que não vai se render em “servir ao dinheiro”, ao evocar citação bíblica. “O governo brasileiro nos últimos 12 meses tirou do cofre do povo para pagar de juro para banco R$ 500 bilhões. O programa para acabar com a fome em todas as 24 milhões e 300 mil famílias que hoje estão em dificuldade custa R$ 380 bilhões”, afirmou.
Em entrevista à imprensa, Ciro detalhou de onde tirará o dinheiro, se vitorioso nas urnas, ao defender o programa. “Garante R$ 1.000, eliminando 100% da linha de pobreza, que são R$ 417 por pessoa dentro do domicílio. A fonte de financiamento são os recursos do BPC [benefício a pessoas com deficiência], do Auxílio Brasil, da aposentadoria rural, e um imposto sobre grandes fortunas com alíquota moderada, que fecham os R$ 380 bilhões do orçamento”, disse.
Ele propôs tirar 66,6 milhões de famílias “do SPC”. “O governo entra para ajudar a conseguir um desconto [para a dívida]. Quem [credor] der desconto grande, a gente vai lá e paga. Não é dar dinheiro para ninguém, é financiar [valor abatido]. A dívida média do brasileiro hoje é de R$ 4 mil por pessoa. Já fiz no Ceará. Não querem que vocês acreditem porque a nova escravidão é deixar o povo endividado, pagando o que não está devendo, juro sobre juro”, disse.
O presidenciável do PDT falou em reduzir o desemprego com a retomada de construções paralisadas pelo país. “Eu descobri 14 mil obras paradas. Se você pegar todas, gera 5 milhões de empregos em dois anos, derruba pela metade o desemprego no Brasil”, disse. Indagado sobre expandir o metrô para Taboão, ele disse que quer ampliar o sistema de forma “radical”. “É ideia central do meu projeto, especialmente em São Paulo e na região metropolitana”, declarou.
Ciro foi recebido pela candidata a vice-governadora Gleides Sodré (PDT), moradora de Taboão. “Aqui é um lugar de pobreza extrema. A gente fez questão de te trazer aqui porque sabe que o seu governo vai ser para o povo”, disse Gleides, que frisou que a cidade é a mais adensada do país. Em “live” da campanha, Ciro, a exemplificar as carências do país, apresentou Taboão como “concentração humana monstruosa e uma contradição absolutamente explosiva”.