ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Um funcionário da indústria de peças de automóveis Cinpal, em Taboão da Serra, morreu nesta terça-feira (20), vítima de acidente de trabalho. Ademar Aparecido de Souza, de 63 anos, fazia manutenção em uma máquina na área da forjaria, quando uma peça caiu sobre o metalúrgico. Outro trabalhador da fábrica, José Célio Barbosa Vargas, de 54 anos, estava no mesmo setor e ficou ferido, mas levemente – ele foi hospitalizado e já teve alta médica.
Em luto, os trabalhadores do setor em que Ademar morreu foram dispensados e terão o dia abonado pela Cinpal. No início da noite desta terça-feira, em informe em rede social, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco (Sindmetal), que tem atuação nas fábricas do ramo em Taboão, relatou o que classificou como “mais uma tragédia na região” e informou que acompanha o caso e já solicitou fiscalização do acidente “na Cinpal Matriz, em Taboão da Serra”.
“Mais uma vez um trabalhador perde a vida por conta de trabalho que, pelo que vimos, não oferecia qualquer segurança aos trabalhadores. O sindicato já acionou os órgãos competentes e exigimos mais segurança para que novos acidentes não aconteçam”, disse o diretor do sindicato Marcel Simões, que trabalha na Cinpal. A indústria metalúrgica em Taboão, apontada entre as mais importantes do país, não se pronunciou sobre a morte de Ademar.
O acidente com vítima fatal é o segundo que acontece na Cinpal somente neste ano. Há sete meses, em 22 de fevereiro, Ailton Aparecido Duarte de Andrade, de 48 anos, também perdeu a vida durante o expediente de trabalho – ele teria morrido por volta das 23h, quando iniciava o turno ao operar uma máquina automatizada. A fiscalização, solicitada pelo sindicato, ocorreu um mês depois, mas a entidade só soube do resultado três meses depois.
“Só em julho tivemos acesso ao relatório de inspeção do Ministério do Trabalho e Previdência, que confirmou a falta de segurança no local de trabalho. A empresa, então, recebeu cinco autos de infração”, lembrou Simões. O sindicato aponta as más condições de trabalho como os principais motivos para os recorrentes acidentes, somadas à falta de fiscalização. “Só no Estado de São Paulo o déficit de auditores fiscais é de aproximadamente 85%”, diz a Sindmetal.