ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Nesta quarta-feira, a partir das 8h, Taboão da Serra terá o tradicional desfile cívico de 7 de Setembro, que marcará os 200 anos da Independência do Brasil. O evento voltará a ocorrer no Pirajuçara, na avenida Fernando Fernandes, onde aconteceu pela última vez em 2016. A partir do ano seguinte, a Arena Multiuso, no Jardim Record, passou a receber o desfile, mas hoje está vandalizada em decorrência de o governo Aprígio (Podemos) não ter protegido o equipamento.
O desfile do bicentenário da Independência reunirá estudantes das escolas municipais, profissionais das secretarias de Educação e Saúde, alunos das secretarias de Cultura e Esporte, agentes da Guarda Civil Municipal e da Defesa Civil, além de convidados como o Corpo de Bombeiros, a ONG Sementes do Amanhã, o Grupo de Escoteiros de Taboão da Serra, a Banda Racional Universo em Desencanto, e clubes de desbravadores da Igreja Adventista.
Por causa do desfile, a partir das 23h desta terça-feira, as seguintes ruas terão bloqueio – totalmente interditadas: avenida Fernando Fernandes entre a avenida Ibirama e a rua Antônio de Oliveira Salazar; ruas Euclides Pagani Martins, Santo Antero Pôrto Martins e José Pedro Nogueira; parcialmente interditadas: ruas Gabriel da Hora do Nascimento, Kiku Takeuti, Tereza Montez Sanches, Osmar Antônio da Silva e Manoel Matos da Silva Sobrinho Rego.
As escolas terão presença marcante no desfile, com a apresentação das fanfarras – cada com 25 a 30 alunos -, que iniciaram preparação há quatro meses, com ensaios nos espaços dos colégios e depois na rua. Em maio, o VERBO acompanhou o início dos preparativos na Emef Maria José Luizetto Buscarini, no Jardim São Judas. No dia 21 daquele mês, um sábado, na quadra da escola, estudantes de 4º e 5º ano já faziam o terceiro ensaio para o “grande dia”.
Os alunos estavam sendo orientados pela instrutora de fanfarra Sandra Regina da Silva, após dois anos sem a apresentação do 7 de Setembro devido a pandemia da covid-19. “A gente está vindo com a expectativa de que agora em todos os anos consiga fazer o desfile. Foi ruim demais [ficar sem o evento]. As crianças precisam disso, gostam disso. É uma forma de entreter as crianças no fim de semana, no caso dessa escola”, disse Sandra à reportagem.
Sandra ensinou os alunos, de 9 a 11 anos, com paciência e dedicação. “Eu tenho que trabalhar com eles a ansiedade, o nervosismo, como pegar os instrumentos, tenho que explicar para eles qual a função do instrumento que estão segurando, porque para muitos aqui é a primeira vez que pegam um. Tenho que passar confiança para conseguirem desenvolver o trabalho. E conseguem. Na verdade, o problema sou eu, o nervosismo é meu”, disse ela, rindo.
Sandra é instrutora em mais duas escolas, nas Emefs Aracy de Abreu Pestana, no Jardim Record, e Rui Barbosa, na região central. No São Judas, já é o terceiro ano em que ensaia os alunos. “O que aprendi, estou ensinando para eles hoje. Espero que consigam absorver e fazer o melhor que podem na avenida”, disse. Com o sentimento de dever cumprido, ela voltou a falar com a reportagem nesta terça-feira (6), véspera do desfile. “Estou bem ansiosa”, resumiu.
No dia do ensaio na Emef no São Judas, uma mãe assistiu ao filho, Vinicius, de 9 anos, com um surdo, radiante. “Ele mesmo quis [vir], não fui eu que pedi”, disse Vania da Silva. Ela foi aluna na escola, mas não fez parte da fanfarra. “Não participei. Agora é uma honra ver ele participar”, falou, para depois explicar a emoção. “Ah, porque na minha época eu não tive essa oportunidade, e ele está tendo. Eu acho muito bonitinho. Queria eu também estar lá”, disse.