ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Para saber como estão estruturadas as bibliotecas paulistas – fundamentais nas escolas para incentivar a leitura e fortalecer o projeto pedagógico da unidade de ensino -, o Conselho Regional de Biblioteconomia de São Paulo vem realizando pesquisas em várias escolas públicas e particulares. Nesta semana, fará nas cidades da região – Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Cotia e Vargem Grande Paulista.
Segundo o Conselho Regional de Biblioteconomia, a Comissão Temporária de Biblioteca Escolar do órgão tem enviado pesquisas para ter um retrato da biblioteca escolar no Estado. “Estamos realizando um recorte para descobrir o real cenário das bibliotecas escolares, enviando a pesquisa para diretoras e diretores de escolas com mais de 400 alunas e alunos de cidades acima de 5 mil habitantes”, explica a presidente Ana Cláudia Martins.
O Estado de São Paulo se compõe de 645 cidades. Atualmente, pelo menos 504 municípios paulistas (quase 80%) se enquadram nos critérios estabelecidos pelo conselho para participar da pesquisa. Entre as questões que precisam ser respondidas pelas escolas estão desde a situação das bibliotecas escolares/salas de leitura em relação ao espaço, funcionamento e organização até se elas têm um profissional bibliotecário, ou outro, desempenhando as atividades.
As informações irão subsidiar a luta pela efetivação da Lei (12.244/2010) da Universalização das Bibliotecas Escolares. “A porta fechada da biblioteca em uma escola é como o conhecimento preso em caixas e estantes. A chave para resolver essa questão está em saber a situação atual das bibliotecas escolares e salas de leitura do sistema de ensino público paulista, para juntos buscarmos que a lei seja cumprida”, diz o coordenador Marcos Antonio de Araújo.
A Lei 12.244/10 regulamenta que todas as instituições de ensino públicas e privadas do Brasil tenham bibliotecas. A legislação, sancionada em 24 de maio de 2010 (governo Luiz Inácio Lula da Silva), também obriga todos os gestores a providenciarem um acervo de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado. No entanto, o fim do prazo para o cumprimento da lei terminou já há mais de dois anos, em maio de 2020, com a realidade ainda bem diferente.
“Passados 12 anos que a lei da universalização das bibliotecas escolares foi aprovada, ainda há muitas escolas desprovidas de biblioteca sem que haja sanção pelo descumprimento. Toda a sociedade precisa se unir para cobrar das autoridades que a lei seja cumprida”, frisa Ana Cláudia – o ambiente destinado à coleção de informações com a finalidade de auxiliar pesquisas e trabalhos escolares e da prática do hábito de leitura é primordial para a cidadania.
