ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Aprígio (Podemos), junto com secretários, tenta se apropriar de obra que não executa, a do miniterminal de interligação de Taboão da Serra com a estação do metrô Vila Sônia (zona oeste de SP), mas não realiza serviços que tem obrigação de tocar, que são de competência do governo municipal, como os trabalhos de zeladoria no córrego no próprio largo do Taboão, ao lado da construção da estrutura de embarque/desembarque de ônibus.
A obra do miniterminal, para receber a linha de conexão de Taboão com o metrô e ser “ponto final” dos circulares municipais, está em finalização e deve ser entregue nesta semana. Na sexta-feira (29), o secretário de Tansportes, José Vanderlei, fez o anúncio do término, mas como se o governo executasse a construção. “[É] mais um gesto de trabalho, de eficiência, de cumprimento de acordo, de palavra, projetado pelo prefeito Aprígio”, disse, ufanista.
Falácia pior, porém, contou o próprio prefeito. Em maio, em palanque montado no estacionamento do Parque das Hortênsias para apresentar circulares novos, Aprígio “apelou” ao dizer que graças a ele a linha de ônibus de conexão – que comparou como “se a gente tivesse uma estação de metrô em Taboão da Serra” – foi implantada (junto com o miniterminal). “Se eu não tivesse sido deputado, se não tivesse hoje prefeito, não teria essa integração”, discursou.
Na verdade, a linha “Vai-e-vem” já estava prevista em contrato há 16 anos, a Via Quatro, a concessionária da linha 4-amarela do metrô, quando assumiu a concessão, comprometeu-se a oferecer o transporte gratuito até Taboão para facilitar o acesso dos munícipes ao sistema de trilhos. O serviço foi implantado (e o miniterminal foi construído) este ano porque a estação Vila Sônia foi entregue no fim do ano passado – nada a ver com “interferência” de Aprígio.
Aprígio não tem nenhuma participação na criação da linha e do terminal tanto que deu três prazos para o término da estrutura equivocados – primeiro, falou que ia ser no primeiro trimestre; depois, no início de abril; por fim, em maio. Ao contrário do “palpiteiro” Aprígio, que “não bateu um prego” no local, em 2 de junho, o VERBO, após contatar a verdadeira responsável pela obra, noticiou a conclusão do miniterminal em “até 60 dias”, o que está se confirmando.
Enquanto o prefeito tenta capitalizar feito alheio, o córrego Poá está tomado pelo mato. O registro foi feito por um leitor deste portal. “O governo quer ganhar os créditos da obra do terminal construído pela ViaQuatro, mas não faz sequer a sua parte de realizar a manutenção e limpeza dos córregos do município”, criticou o morador. No ano passado, Aprígio fez a limpeza – o candidato a deputado estadual que apoia, Eduardo Nóbrega, era o secretário.
APRÍGIO DISCURSA QUE CONEXÃO COM METRÔ SE DEVE A ELE QUANDO LINHA ESTÁ EM CONTRATO DESDE 2006