Itapecerica tem 3 casos de ‘monkeypox’; morador deve ficar tranquilo, diz Parron

Especial para o VERBO ONLINE

Varíola dos macacos se caracteriza por febre súbita seguida de feridas na pele, diz Parron, que recomenda atenção; Itapecerica tem 6 casos suspeitos | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra

A Autarquia (Secretaria) de Saúde de Itapecerica da Serra confirmou nesta sexta-feira (22) três casos de varíola dos macacos (“monkeypox”) no município. Os moradores foram atendidos e tiveram diagnóstico da doença no Pronto-Socorro Central, e passam bem. Itapecerica contabiliza outros seis registros suspeitos, que estão sob investigação, à espera resultado de testes e exames laboratoriais. Segundo a autarquia, os nove munícipes estão em isolamento.

Na tarde desta sexta-feira, o coordenador da Vigilância Epidemiológica de Itapecerica, Milton Parron Júnior, e a coordenadora técnica da autarquia, Wanessa Gerona, reuniram os diretores dos serviços de saúde municipais para passar orientações sobre o “manejo clínico, fluxos e procedimentos diante de novos casos”. O município registra a varíola dos macacos entre moradores 43 dias após o primeiro caso no país – em São Paulo -, em 9 de junho.

Parron conversou com o VERBO neste sábado. Recomendou atenção, mas disse que a população deve ficar tranquila. Confira a entrevista:
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VERBO – Qual a mensagem para a população de Itapecerica da Serra após o registro dos primeiros casos na cidade?
Milton Parron Junior
– A população deve se manter tranquila. A secretaria [autarquia] está trabalhando [contra o surto], tanto que já identificou os primeiros casos. É uma doença obviamente, como todas, importante, mas não tem a letalidade de outras doenças que já tivemos há pouco tempo. Inclusive, o pessoal tem comparado com covid-19. Mas não existe essa comparação, ela, por enquanto, está muito concentrada em algumas populações. É ficar atento. Ela começa com uma febre súbita [de repente], depois começam a aparecer as lesões de pele. Todo mundo que tiver esse componente procure um serviço de saúde. [Para identificar a varíola dos macacos] Hoje não dá para se falar em questão de viagem [a países mais afetados], os casos já são autóctones, a doença já está entre nós, infelizmente. Volto a falar, ela tem letalidade bastante pequena e, normalmente, tem uma evolução benigna [sem gravidade]. É identificar o mais rápido possível, separar essas pessoas e fazer o isolamento.

O VERBO – Como prevenir o contágio?
Parron – O contágio se dá pelo contato direto com as lesões, principalmente pelo contato íntimo. Normalmente, acontece quando as pessoas têm relações sexuais ou abraçam, beijam quem esteja com as feridas. É ficar atento e evitar esse tipo de contato. Quem já tiver com as lesões procure um serviço médico para fazer o diagnóstico diferencial, para verificar se realmente é ou não a varíola do macaco, a “monkeypox”.

O VERBO – Qual o estado de saúde dos três moradores que contraíram a doença?
Parron –
Eles estão bem. Estão isolados. Leva um certo para as feridas secarem. A partir do momento que essas pústulas secarem, não tem mais possibilidade de transmissão nem de gravidade. Eles já estão em período de cura, que ainda não é total, leva um certo tempo. Mas estão bem, do ponto de vista clínico, sem problema nenhum. Como eu disse, a gente espera uma evolução benigna.

O VERBO – Depois dos primeiros sintomas, a cura ocorre em quanto tempo?
Parron
– É uma doença ainda muito nova, quer dizer, aqui entre nós [no Brasil]. Mas em torno de duas a três semanas.

O VERBO – A Autarquia [de Saúde] e a Vigilância Epidemiológica [de Itapecerica] divulgaram ontem [nesta sexta-feira] os casos de três moradores com a doença. Mas o diagnóstico aconteceu quando?
Parron –
A suspeita [o registro] foi na terça-feira – o resultado [do exame] tem chegado em dois dias. Exatamente, foi de quinta para sexta o resultado da positividade. Os três moradores estão em isolamento.

O VERBO – Como é o tratamento contra a varíola dos macacos? Quais os medicamentos?
Parron –
Só sintomático [contra os sintomas]. Embora tenhamos alguns antivirais, não estão sendo disponibilizados pelo SUS. Provavelmente, serão utilizados só em caso de gravidade, mas aí seria questão [de acompanhamento] pelo [hospital] Emílio Ribas. No nosso caso, não tivemos nenhuma transferência. Então, o tratamento é sintomático. É [ministrar medicamento] anti-febril ou anti-histamínico se [o paciente] estiver coçando muito – o que se faz é só em relação aos sintomas que ele [infectado] sente.

O VERBO – Há seis casos sob investigação. Existe expecativa de que se confirmem?
Parron
– Exatamente, seis casos suspeitos. Foi ontem, isso à tarde, que tivemos o registro. [O exame] Já foi para o laboratório. Entre segunda e terça-feira, devemos ter novidade, positividade [confirmação da doença] ou não.

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