Buscarini relativiza crítica ao ‘menino’ Daniel e declara apoiar ex-rival a deputado

Especial para o VERBO ONLINE

Buscarini responde à imprensa ao declarar apoio ao engenheiro Daniel a deputado estadual ao lado do agora aliado, 'apenas adversário em 2020', disse | AO/Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Tabão da Serra

O vice-prefeito José Vicente Buscarini (PSD) declarou na quinta-feira (14) apoio ao ex-candidato a prefeito de Taboão da Serra Daniel Bogalho, o engenheiro Daniel (Republicanos), a deputado estadual – como antecipou o VERBO há quase um mês, em 22 de junho. Ao aderir à pré-candidatura de Daniel menos de dois anos depois de disputar contra ele, Buscarini relativizou a crítica de que “é hora de separar os homens dos meninos”, endereçada ao agora aliado.

Buscarini anunciou o apoio ao lado de Daniel. Questionado após ter assumido postura de “franco atirador” e adotado discurso “raivoso” contra a candidatura rival em 2020, ele buscou se explicar e disse que tratou Daniel apenas como oponente. “Fomos adversários, não inimigos. Estou muito confortável em dizer para o eleitor que fomos concorrentes e hoje somos aliados em cima de um proposta que entendemos que é a melhor para Taboão e região”, afirmou.

Buscarini, de 69 anos, disse que falava a frase de efeito por ter quase o dobro da idade de Daniel, de 38 – na realidade, buscava carimbar que o opositor não tinha experiência e capacidade administrativa. Interpelado que o sentido era outro, ele admitiu a farpa. “Quando eu disse na campanha que era hora de separar os homens dos meninos, era ter um governo de pessoas experientes, maduras que pudessem colocar a cidade nos eixos”, disse.

O vice-prefeito alegou que não atacou Daniel, mas admitiu que errou. “Estou acreditando numa pessoa que durante toda a campanha respeitou minha posição e minha história. E sempre o respeitei, não foi nada pejorativo, foi, sim, fortalecer minha posição de pessoa madura e bem consciente do que queria. Porém, o tempo mostra que a gente erra, tenho humildade de entender que o meu projeto foi frustrado”, disse, sobre Aprígio ter rompido com ele.

“Hoje, o rapaz, menino, estou vendo que está se tornando um grande homem”, exaltou Buscarini, que justificou ao dizer “que todas as pessoas para quem pergunto falam que Daniel tem caráter e cumpre compromissos, vai com eles até o fim”. Ele distinguiu Daniel do atual prefeito. “O senhor Aprígio é um homem covarde, que acredita e abraça a mentira, rompe com as pessoas por não concordar com elas. Não é um homem democrático, é rancoroso”, disparou.

Buscarini disse aderir a Daniel “em cima de propostas”. “As de um deputado que se preocupe com a região, que apresente projetos, traga emendas e tenha respeito pela cidade independente de quem é o prefeito”, disse. Ele disse que a aliança tem como bandeira o “desenvolvimento” e vislumbrou Daniel eleito junto com Tarcísio de Freitas (Republicanos) a governador e Felício Ramuth (PSD) vice, de legendas de ambos. “É meio caminho andado”, disse.

Daniel se disse “honrado” com o apoio de Buscarini. Sem constrangimento, ele reconheceu que se aproveitou de Aprígio ter rompido com o vice e depois com o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos. “Este é o meu momento. A briga política que houve na cidade me ajudou muito, favoreceu o nosso projeto. Com o rompimento, entendi que era oportunidade de iniciar um projeto interessante para a cidade e resolvi aceitar”, disse, com olhos em Taboão.

Este portal questionou se a aliança visava chapa entre ambos para prefeitura de Taboão daqui a dois anos. “Se tudo der certo, tem compromisso para 2024, para 2026, 2028, 2030. Enquanto tiver saúde, vou lutar pela minha cidade”, confirmou Buscarini. Daniel disse poder figurar na chapa, como “apoiar outras pessoas importantes dentro do nosso projeto”. Ele ratificou que “o princípio desta união é o bem da nossa cidade”, mas que a sucessão passa por 2022.

Daniel frisou apoios como o do prefeito de Embu. “O Ney faz parte do meu projeto”, disse. Buscarini foi questionado por um site se não era incoerente ao apoiar “o candidato do Ney” após rejeitar posar para foto com o político na festa da vitória em 2020. “Não existe uma palavra minha denegrindo o Ney. Tínhamos trabalhado muito e o Ney chegou lá como se fosse o salvador da pátria, fez uma barulheira. [Falei] ‘Não, os eleitos aqui são Aprígio e Buscarini'”, disse.

A pergunta teria sido vista como de setores da imprensa patrocinados pelo governo Aprígio que apoiam Eduardo Nóbrega (Podemos). “E o candidato do prefeito, tem quantas dobradas? Quando é o Buscarini, não pode beijar a mão de Deus. Mas o resto pode abraçar o satanás que está tudo certo! O grande problema é o peso político de um cara sério como o Buscarini. Dói na alma de muita gente saber das injustiças feitas, e agora não adianta chorar”, reagiu.

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