ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Candidatos do concurso público para professor da prefeitura de Taboão da Serra – com 120 vagas – enfrentaram no domingo (10) um martírio para fazer a prova objetiva, a começar pelo local determinado para o exame, em outra cidade, fora da região. O deslocamento de mais de duas horas de ônibus se tornou o menor sufoco diante da tamanha desorganização e “caos”, protestam os educadores, que não poupam o governo Aprígio (Podemos).
A aplicação da prova foi marcada por diversos problemas, inclusive atrasos. Os candidatos tomaram a rede social para relatar o transtorno e a frustração, e chegam a pedir a anulação do exame. “Nunca participei de um concurso desta maneira. Totalmente desorganizado e por este motivo a prova não iniciou no horário informado. Local [da] prova, absurdo. Concurso de Taboão da Serra ser realizado em outro município”, diz a candidata Katia Cilene.
Katia critica ao evocar o número de inscritos – cerca de 8.700. “Pela quantidade de candidatos, poderia ser realizada em dois períodos. Não averiguei, mas parece que nas provas A e B as questões são iguais, somente mudaram a ordem. Somos humanos e não animais. Sugiro cancelamento desta prova e que seja realizada outra, mas em Taboão da Serra. […] Professor continua sem valor. Humilhante. […] Queremos respeito e dignidade”, afirma, na postagem.
Katia falou com o VERBO e disse que buscará a anulação do concurso, por meio de advogado. “Estou representando todos os candidatos num processo judicial de cancelamento para solicitar refazer a prova no município conforme está no edital, com organização, turnos e dias, e dentro dos procedimentos da covid-19”, declarou. A Associação Brasileira de Concursos Públicos foi contratada para conduzir o certame. “Nossa briga é com a ABCP”, disse.
Os inscritos tiveram de fazer a prova em Osasco (Grande SP), em apenas um local, na faculdade Anhanguera (centro) – com abertura dos portões às 14h e fechamento às 15h. A candidata Eudalia Neves também fez uma postagem em que relatou que “foi uma tarde muito difícil e decepção total”. À reportagem, ela reclamou de o exame ter sido aplicado fora de Taboão e somente em um endereço. “Tinha de 8 mil a 9 mil pessoas para fazer o concurso”, disse.
“Os portões abriram às 14h e às 15h ainda tinha gente para entrar. Eu mesma fiquei com medo de haver tumulto se fechassem no horário. A prova começou às 15h45, a moça informou que os portões tinham sido fechados e poderia começar a entregar as questões”, contou Eudalia, sobre a aplicação ter atrasado mais de meia hora. “Foi péssimo, faltou muito organização, houve aglomeração, fiscais nervosos, pessoas conversando durante a prova”, afirmou.
Para a candidata, a prefeitura tem responsabilidade pela desorganização do concurso. “De alguma forma, sim. Pode ser que não tenha tanta culpa, mas foi quem contratou a ABCP concursos, por meio da Secretaria de Educação”, apontou Eudalia. Nas redes sociais, moradores criticaram o governo Aprígio pela “palhaçada”. “Lamentável!!! Mas não me admira… Respeito não é premissa dessa gestão”, escreveu Vilma Elisio em postagem da professora Solange Alves.
Solange deu “nota zero” ao concurso – que teve taxa de R$ 80. “Muito triste ver meus colegas professores passarem por essa humilhação. Ofereci cursinho, se preparam, dedicaram… além de lidar com a ansiedade do dia, ter que passar por isso? […] Isso é caso de polícia”, diz no “post”, sobre fotos da confusão. Ainda no domingo, um apoiador de Aprígio procurou este portal para relatar o caos. “A prova foi realizada em Osasco e atrasou uma hora”, reprovou.
OUTRO LADO
Questionada sobre os protestos dos candidatos contra a desorganização ao aplicar a prova, inclusive fora de Taboão, a Associação Brasileira de Concursos Públicos não respondeu. Na página de avaliação no Google, a ABCP é alvo de muitas críticas. “Quiseram economizar em gasto com pessoal e fizeram um caos”, escreveu uma professora. Indagado sobre as críticas de participantes de que também tem responsabilidade pelo transtorno, o governo Aprígio ignorou.
CANDIDATOS DO CONCURSO RECLAMAM NA REDE SOCIAL E NO CANAL DE AVALIAÇÃO DA BANCA ABCP