ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A EMI (Escola Municipal Infantil) Luca, no Saint Moritz, em Taboão da Serra, teve a fiação elétrica furtada e deixou as crianças sem creche, nesta segunda-feira (13). A escola se soma a vários órgãos da prefeitura que têm sido alvo de ladrões por falta de ação do governo Aprígio (Podemos) para proteção do patrimônio público, como o Ser (serviço de reabilitação), postos de saúde e espaços esportivos. Uma mãe de aluno da EMI diz que “não temos segurança”.
O VERBO esteve no Saint Moritz nesta terça-feira (14) e ouviu moradores relatarem o furto na EMI e o prejuízo às famílias – a unidade tem cerca de 290 alunos em dois períodos. “Ontem, [a creche] não estava funcionando, nem pela manhã nem à tarde. Estava sem luz. Roubaram os fios. E o patrão quer saber se roubaram? Não quer. Para trabalhar, a mãe tem que procurar alguém para pagar [para ficar com o filho]”, disse uma mulher que trabalha perto da escola.
Uma mãe que tem filho na EMI confirmou o furto. “No domingo à noite, a escola foi assaltada. Foi o que a direção informou aos pais. Disse que tinham roubado os fios, a escola estava sem energia, sem internet, e não tinha como as crianças terem aula. Ela [diretora] falou que fez boletim de ocorrência. Ficou o dia inteiro sem aula, tanto é que as mães das crianças que entram à tarde só foram avisadas quase à 1 da tarde”, disse Thaís de Souza à reportagem.
A mãe relatou o transtorno e reclamou da falta de proteção à creche. “Me atrapalhou muito. Meu filho fica comigo [no trabalho] de meio-dia e meia até as duas, e ontem teve que ficar o dia inteiro. Tive que fechar o estabelecimento, tive de deixar de trabalhar, não tinha com quem deixar a minha criança. A segurança para escola, para as crianças deveria ser maior. O guarda [patrimonial] fica aí na semana, no fim de semana nunca vi aqui”, declarou Thaís.
A EMI está desguarnecida da força que tem a finalidade de cuidar do patrimônio municipal, apontou a mãe. “As crianças entram às duas horas, a Guarda Municipal chega às duas e meia, fica parada 15 minutos e vai embora. Vem quando já não tem mais criança entrando na escola. E não tem nenhuma ronda da Guarda aqui. Não sei se agora depois do ocorrido vão colocar. A única ronda que tem aqui é no Laerte [escola estadual], da Polícia Militar”, contou.
Segundo ainda a moradora, pela manhã, a situação é ainda pior, a GCM não faz ronda no bairro e não fica em horário nenhum diante da creche, nem no horário de entrada dos profissionais da unidade e das crianças nem depois. “Se você passar aqui às 6 e meia, 15 para as sete, não tem ninguém aqui, só quem trabalha na escola, os pais trazendo os alunos e os perueiros, mais ninguém. Nenhuma segurança. Aqui é bem assim”, explicou Thaís, com insatisfação.
A reportagem ouviu um membro da Secretaria de Segurança sobre a ocorrência de tanto furto de equipamentos da prefeitura sob a gestão Aprígio. Ele disse que a defesa do morador é fundamental, mas a proteção do patrimônio é negligenciada, em prejuízo dos serviços à população. “Não se tem mais o devido cuidado com o equipamento público. A Secretaria de Segurança quer mostrar prisão de bandido como prioridade, e os próprios estão largados”, disse.
OUTRO LADO
Questionado sobre o relato da mãe de que a GCM não protege a EMI e a afirmação de um membro da Segurança de que negligencia a proteção dos prédios municipais, o secretário Rodrigo Falcão (Segurança) – que é delegado – voltou a atacar este repórter. “Um membro da sua redação [sic] disse que você estupra suas netas. Para sua manifestação”, disse. Em cerca de uma hora em que a reportagem ficou diante da creche, nenhuma viatura da GCM passou no local.
VEJA A RESPOSTA DO SECRETÁRIO RODRIGO FALCÃO SOBRE O FURTO NA ESCOLA INFANTIL NO SAINT MORITZ
