ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Após vir a público, por meio de vídeo, a agressão de dois guardas civis municipais de Embu das Artes a um morador desarmado e que estava embriagado, no sábado (28), na praça da escola Valdelice Prass, no Parque Pirajuçara, o vereador Renato Oliveira (MDB), presidente da Câmara Municipal, foi às redes sociais para se dizer “indignado”. “Foi uma atitude isolada que [sic] nós não concordamos. Eu estarei em cima para que a punição seja dura”, falou.
Renato “entende” de desrespeito e agressão. Ele foi indiciado por injúria racial, acusado de falar para um funcionário de condomínio no Rio de Janeiro onde se hospedou em janeiro que “negro fede”, além de desobediência, resistência e desacato – ele deu um “coice” em um policial. Antes, em fevereiro do ano passado, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, ele foi a um hospital público com corte no pé e exigiu ser atendido “gritando palavras de baixo calão”.
Uma enfermeira disse que testemunhou o paciente ofender a médica. Ela contou à polícia que viu Renato “peitar e falar ‘não vai me atender, então vai dar o cu’”, e dizer “vagabunda”, “puta”, “você não sabe com quem está falando”, “me atenda, sua puta” – deu “carteirada” com um mês como vereador. Como a médica, a profissional de enfermagem afirmou que, mesmo com a polícia já no hospital para conter o homem, Renato “não obedeceu” e xingou os PMs.
Renato já se revelara “especialista”. Em 2017, com comparsa, ele derrubou da moto na rodovia Régis Bittencourt, de madrugada, o repórter Gabriel Binho, que sobreviveu. Ele alegou que foi atrás da vítima para conversar, mas a vigiou por quatro horas. Apesar de criar histórias e álibis considerados falsos, foi mandado a júri popular por tentativa de homicídio triplamente qualificado – ainda sem data. Ele não teria “autoridade” para dar “lição de moral” nos GCMs.