ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O secretário de Segurança de Taboão da Serra, Rodrigo Falcão, deu um churrasco para guardas civis municipais durante o expediente, na véspera do feriado de Tiradentes, em 20 de abril, conforme revelou o VERBO, que também noticiou que a “comilança” teve R$ 1 mil dados por Aprígio. Mas a colaboração foi maior. Dois assessores próximos ao prefeito “afanaram” R$ 2 mil que eram para a “festa” – Romeu “Gordinho” e “Babão do Salete” -, segundo denúncia.
Reportagem publicada por este portal no mês passado mostrou que um funcionário da pasta acusou o “incentivo” recebido. “Última quarta-feira, véspera de feriado, em pleno expediente, [teve] churrasco e pagode rolando solto na sede da Secretaria de Segurança. Envolvidos disseram que o senhor prefeito colaborou com R$ 1 mil para a farra”, disse. A cidade ficou desguarnecida de GCMs. “Sim. Não são onipresentes”, ironizou, contrariado com o descaso.
Alguns dias depois do churrasco, ao se reunir com Aprígio, possivelmente no dia 27 de abril, Falcão (que é delegado) agradeceu pelos R$ 1 mil à confraternização – que foi regada a muita bebida alcoólica, como mostrou também este portal em outra reportagem. Mas o prefeito disse que tinha colaborado com mais, por intermédio de Romeu Cruz Brito, o Romeu “Gordinho”, e Roger Goes, “Babão do Salete”, segundo relato que parte da própria Guarda Municipal.
“Aprígio deu R$ 3 mil para o churrasco, na mão do Romeu e do ‘Babão’. Aí só chegou R$ 1 mil. O delegado foi agradecer o Aprígio pelos R$ 1 mil, aí o prefeito falou: ‘Oxe, foi R$ 3 mil'”, diz o denunciante. Os dois teriam “rachado” os R$ 2 mil que embolsaram, ficado com R$ 1 mil cada. “Feito de bobo”, segundo interlocutores, Falcão teria virado motivo de chacota no próprio governo e por parte de munícipes que tomaram conhecimento do episódio “vexatório”.
“Eles tiveram que devolver [o dinheiro] na prefeitura. Não estão bem lá, não”, comenta o denunciante. Romeu “Gordinho” e Roger “Babão” são os livre-nomeados que “invadiram” antessala do gabinete do prefeito na antevéspera da virada de ano, em 30 de dezembro, para “bajular” Aprígio e a primeira-dama e vereadora Luzia Aprígio (Podemos). Romeu, semialfabetizado, ganha R$ 4,5 mil e Roger, R$ 2 mil, “fora as gratificações”, afirmam “aprigianos” no governo.
OUTRO LADO
O VERBO procurou os envolvidos. “Não reconheço, chefe, nada disso que você está falando. Quem ‘falo’ [falou] errado, viu, porque não reconheço”, disse Roger “Babão”. Questionado primeiro, Romeu “Gordinho” só se manifestou meia hora depois e apenas após o colega responder. “Desconheço isso. Hoje a onde nós trabalhar muitos queria o lugar”, falou, com dificuldade de escrita. Indagado quanto a providências sobre o episódio, o governo Aprígio calou.
Já o secretário foi irônico e se esquivou, como tem feito quando é alvo de críticas e questionado diante de fatos controversos que o envolvem. “Vai ter outro churrasco, agora com mais recursos. Você, aliás, está convidado”, disse Falcão, para depois “politizar” o caso – falou que pessoas que seriam ligadas a uma autoridade local também estão convidadas. “E sobre o assunto objeto da pergunta?”, indagou este portal. “Que o samba vai pegar fogo”, encerrou.