ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Antes de “aprontar” ao ser detido por injúria racial e mais três crimes no Rio de Janeiro, no início do ano, o presidente da Câmara de Embu das Artes, Renato Oliveira (MDB), causou outra confusão em outro Estado e desacatou com insultos uma médica, além de afrontar policiais, ao procurar atendimento em hospital em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, em 2021 – ele estava bêbado. Renato é “protegido” do prefeito cassado Ney Santos (Republicanos).
Renato protagonizou novo tumulto publicamente em 6 de fevereiro de 2021. Conforme o boletim de ocorrência da PM catarinense, a que o VERBO teve acesso, o vereador procurou o Hospital Municipal Ruth Cardoso por causa de corte no dedão do pé direito com sangramento. Segundo um segurança da unidade, ele chegou ao local “bastante alterado, com sintomas de embriaguez”, e destratou “vários funcionários” ao não respeitar o sistema de atendimento.
A médica que atendeu Renato também relatou que o paciente chegou à unidade com sinais de estar bêbado “e no intuito de ser atendido começou a causar transtorno no hospital, falando alto, debochando, gritando palavras de baixo calão”. Ao começar o atendimento, ela disse que “entrou em atrito verbal” com Renato, ao ser desrespeitada. Ela decidiu chamar a polícia com medo de ser agredida fisicamente – “com receio da agressividade do mesmo”.
Uma enfermeira disse que testemunhou o paciente ofender a médica. Ela contou à polícia que viu Renato “peitar e falar ‘não vai me atender, então vai dar o cu'”, e dizer “vagabunda”, “puta”, “você não sabe com quem está falando”, “me atenda, sua puta” – deu “carteirada” com um mês como vereador. Como a médica, a profissional de enfermagem afirmou que, mesmo com a polícia já no hospital para conter o homem, Renato “não obedeceu” e xingou os PMs.
Um dos PMs que atenderam a ocorrência relatou que ao chegar ao hospital se deparou com o paciente “visivelmente embriagado, alterado e demonstrando agressividade com a médica”. Como Renato se manteve descontrolado e não atendeu às ordens para “se afastar da vítima”, os agentes acionaram o Pelotão Tático, que usou gás de pimenta para que Renato “cessasse suas agressões”. Só assim dominado, foi algemado e levado a delegacia – ele pediu desculpas.
Renato foi liberado após assinar termo circunstanciado para comparecer posteriormente à Justiça – o PM chegou a registrar que o paciente não permitiu tratar o corte e “continuou com o dedo sangrando durante todo o atendimento policial”. Ele respondeu por desacato, à médica, e teve como sanção o pagamento de multa de meio salário mínimo. Com o “novo” caso, Renato poderá ver crescer a pressão para ser cassado na Câmara Municipal, sobre os atos no Rio.
VEJA REGISTRO DE DESACATO DE RENATO OLIVEIRA A UMA MÉDICA EM HOSPITAL EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ