ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
O procurador-geral de Justiça de São Paulo (chefe do Ministério Público do Estado), Mario Luiz Sarrubbo, foi reconduzido ao cargo para o biênio 2022-2024, escolhido nesta quarta-feira (13) pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB). No sábado (9), ele foi o primeiro colocado na eleição interna que definiu a lista tríplice para o governador escolher quem ia comandar o MP-SP. Sarrubbo obteve 1.385 votos, a maior votação da história da entidade.
Os procuradores Marcos Ihara e Fabio Kalaf receberam 301 e 242 votos. Ambos são, porém, aliados de Sarrubbo. “Não foi por acaso que esta foi a maior votação para o primeiro colocado da lista tríplice do Ministério Público de São Paulo. O MP teve uma atuação fundamental durante a pandemia, conduzida por Mario Sarrubbo. Além disso, a instituição tem um papel essencial na democracia, com a fiscalização dos entes governamentais”, disse Garcia.
O chefe do Executivo pode nomear qualquer um dos três concorrentes, independente da colocação na eleição. A expectativa, no entanto, era que o Palácio dos Bandeirantes optasse pela recondução. Sarrubbo foi indicado pela primeira vez pelo então governador João Doria (PSDB), de quem Garcia foi vice e herdou o governo. Em 2020, quando chegou ao cargo, o atual procurador havia sido o segundo mais votado, mas mesmo assim foi escolhido por Doria.
Sarrubbo atua desde 1989 no MP-SP, onde também foi subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais. Ele foi diretor da Associação Paulista do Ministério Público do Estado, foi professor na Escola Superior do MP-SP e na Escola Superior de Advocacia de São Paulo e leciona atualmente direito penal na Faap. O procurador-geral tem mestrado em direito pela PUC-SP e graduação em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Sarrubbo disse que a eleição é uma “vitória que consagra um trabalho de modernização da instituição”, ao destacar que o MP-SP “se digitalizou” e ficou “mais resolutivo”. “Nós aperfeiçoamos o trabalho de combate ao crime, mas aperfeiçoamos também o trabalho, notadamente em função da pandemia, na área dos direitos sociais: na defesa da vida, da saúde, da educação e em todos os outros aspectos dos direitos sociais da população brasileira”, afirmou.
Em 2016, com Sarrubbo à frente da área criminal, o MP-SP investigou e obteve decisão judicial para prisão do prefeito Ney Santos (Republicanos) por associação a organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. “São fatos graves, […] razão pela qual entendíamos, até pela reiteração das condutas nos últimos anos, que havia, sim, necessidade de prisão preventiva”, disse Sarrubbo à época. O caso ainda não foi julgado no Tribunal de Justiça.
Em 2017, segundo operação contra a venda de combustível adulterado no Paraná e em São Paulo, o empresário Eugênio Rosa, dono de ao menos três postos em Curitiba que vendiam gasolina “batizada”, disse ser sócio do prefeito de Embu. Ney entrou no ramo em 2005, diz o MP-SP. “Havia a necessidade de se lavar o dinheiro, tentar legalizar esse numerário. Isso era feito através dos mais variados estabelecimentos, a maioria postos de gasolina”, disse Sarrubbo.