ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O ex-candidato a prefeito de Taboão da Serra Daniel Bogalho (então PSDB, hoje Republicanos) é pré-candidato a deputado estadual e disputará cadeira na Assembleia Legislativa nas eleições de outubro. Após deixar a Secretaria de Obras de Embu das Artes, Daniel pretendia se dedicar à própria empresa, mas aceitou concorrer. Ele será lançado pelo prefeito Ney Santos (Republicanos), que tomou a decisão após o prefeito Aprígio (Podemos) “negar fogo”.
O VERBO confirmou que Daniel é pré-candidato a deputado estadual com uma pessoa muito próxima a Ney. “Serei candidato”, disse Daniel, em relato da fonte. Ney vai lançar Daniel como parte de estratégia para conseguir, a qualquer custo, a eleição da irmã, Ely Santos (Republicanos), a deputada federal neste ano – ele tinha como plano ser o próprio candidato, antes mesmo de se reeleger prefeito em 2020, mas foi condenado à inelegibilidade até 2024.
Em busca do “projeto da vida” – eleger Ely – para não ver a derrocada da influência política na cidade que governa e na região, Ney vai lançar como pré-candidato a deputado estadual, além de Daniel em Taboão, pastor Marco Roberto em Embu e Jones Donizette em Itapecerica da Serra, que também tinha como secretários, para “dobrada” com Ely – ela chegou a exercer o mandato federal, mas por apenas quatro meses, como suplente, e não ocupa mais o cargo.
Ney decidiu lançar Daniel por Aprígio não ter “feito cartaz” para Ely no maior colégio eleitoral da região, segundo apurou a reportagem. Em novembro, com a irmã então na Câmara em Brasília, Ney disse no gabinete de Aprígio que ia apoiar neste ano a “dobrada” Ely candidata a deputada federal e Eduardo Nóbrega (então MDB, hoje Podemos) candidato a deputado estadual. Nóbrega, então secretário de Aprígio, estava ao lado de Ney durante o anúncio.
Ney fez a declaração pública no “espaço” de Aprígio, entre outras finalidades, para “testar” a adesão ao projeto firmada pelo então aliado. Ele teria ficado furioso com a falta de empenho de Aprígio em “fazer o nome” de Ely em Taboão. Aprígio “carrega” Nóbrega e põe o governo para apoiar o aliado, mas “nada faz” por Ely. Nas inaugurações no aniversário de Taboão, Ely “quase” não foi convidada e só apareceu em apenas dois dos equipamentos entregues.
Com a “falta de palavra” de Aprígio e a consequente escolha de Daniel para preencher a “lacuna” de apoio a Ely, Ney abandona, na prática, a pré-candidatura de Nóbrega, que sofre duro golpe. Já com eleição avaliada como improvável, Nóbrega, que também deixou o governo para concorrer, terá em Daniel um rival de peso na “divisão” de votos, ainda que não rompa com Ney, o que seria questão de tempo. “Faz tempo que eles não se falam”, comenta aliado de Ney.