Pré-candidato a estadual, Nóbrega tem 4º partido em dez anos e se filia ao Podemos de Aprígio

Especial para o VERBO ONLINE

Pré-candidato a deputado estadual, Nóbrega mostra ficha de filiação ao Podemos, partido de Aprígio, após deixar o MDB, no qual ficou somente 2 anos | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O ex-vereador e ex-secretário de Taboão da Serra Eduardo Nóbrega deixou o MDB e se filiou no sábado (1º) ao Podemos, do prefeito Aprígio, para concorrer a deputado estadual nas eleições de outubro. Ele chefiava a pasta de Manutenção do atual governo e deixou o posto quinta-feira (30), por imposição legal, para disputar o pleito. “Órfão” político de Fernando Fernandes (PSDB) – preterido pelo ex-prefeito -, Nóbrega busca se viabilizar eleitoralmente.

Nóbrega mostra ser “bom de voto” ao ter surpreendido nas três eleições que disputou. Em 2012, na estreia – com o pai, Olívio, o campeão de mandatos consecutivos na Câmara Municipal (seis), sem poder mais ser candidato devido ao processo da “farra dos congressos” -, foi o vereador mais votado da legislatura 2013-2016 com 4.130 votos. Em 2016, foi além e se tornou o eleito ao Legislativo mais bem votado da história de Taboão ao conquistar 6.033 votos.

Em 2020, na disputa para a prefeitura, Nóbrega ficou em terceiro lugar, mas teve uma votação expressiva, 31.765 votos. Por outro lado, o candidato lançado por Fernando, Daniel Bogalho (então PSDB) – um desconhecido -, teve 46.350 votos e chegou a vencer no 1º turno. Ou seja, se com a “bênção” do ex-prefeito, Nóbrega provavelmente teria sido eleito. Ele apoiou e fez Aprígio ser eleger no 2º turno, mas o aliado venceu por apenas 1.695 votos de diferença.

Nóbrega foi preterido por Fernando, após a família ser aliada dos Fernandes – também da deputada estadual Analice – por mais de 30 anos. Mas antes deu um passo considerado “em falso”. Em 2018, após briga na base governista, foi apoiar os candidatos a deputado do prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos) – desafeto do casal -, e resolveu atacar o governo. Com a derrota dos postulantes de Ney, ele foi fazer oposição na votação do orçamento.

No início de 2019, Nóbrega reatou com Fernando, na esperança ainda de ser o “ungido” à sucessão. Mas, descartado, voltou a criticar o governo. Após a demissão do pai, que era secretário, passou a “bater” abertamente. Ele já convivia aos conflitos com então aliado, mas enterrou a “credibilidade” com os Fernandes ao se mostrar não “confiável”, a ponto de Fernando dizer que “às vezes é melhor perder uma eleição com um candidato do que ganhar com outro”.

Após sair às ruas para pedir voto em Aprígio, como parte de grande “negociação”, Nóbrega virou secretário desde o início da gestão e teria “confabulado” para o prefeito romper com o vice José Vicente Buscarini (PSD). De franco candidato, ele passou a atuar como vice. Em apenas dez anos, Nóbrega está no quarto partido – pulou de três siglas. Em 2012, estava no PR, hoje PL. Em 2016, foi para o PSDB. Em 2020, para o MDB, para embarcar agora no Podemos.

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