Com ‘ameaça’ da oposição, Marcos Paulo desiste e Cido é eleito presidente

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
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Vencedor nas urnas em outubro de 2012 na coligação do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e único parlamentar da legislatura passada reconduzido ao Legislativo, Cido da Yafarma (DEM) foi eleito nesta terça-feira, dia 16, presidente da Câmara dos Vereadores de Taboão da Serra nos próximos dois anos (2015-16). Ele vai comandar a Casa ao lado de Carlinhos do Leme (PP), escolhido vice-presidente, Joice Silva (PTB), 1ª-secretária, e Érica Franquini (PSDB), 2ª-secretária.

Cido (DEM), à esq., presidente, Carlinhos (PP), vice, Joice (PTB), à esq., 1ª-secretária, e Érica (PSDB), 2ª-secretária

A nova Mesa-diretora foi eleita por unanimidade, antes das 20h, durante a parte da sessão chamada expediente, quando deve ocorrer a eleição, que aconteceu de forma rápida, após coalização entre vereadores da situação e oposição, e mediante providência regimental de comum acordo de que a definição da direção da Casa precedesse a votação do Orçamento da cidade para 2015, que ficou marcada esta quarta-feira, dia 17, 18h, em sessão extraordinária.

O público na sessão de eleição se dividiu entre comemorações pela escolha de um “veterano” da base fernandista e protestos de funcionários públicos que reivindicavam valorização salarial e de trabalho com recursos no orçamento do próximo ano e teriam ficado insatisfeitos com a vitória de um vereador governista. Mas a divisão de dois grupos, um “fiel” ao prefeito e outro “independente” ou “rebelde” com presença de oposicionistas, evaporou e acabou em “união”.

O “Grupo dos 7”, que era maioria dos 13 membros da Casa e firmava voto para cravar Marcos Paulo (Pros) presidente até duas semanas atrás, não emplacou chapa “genuína”. Nas últimas horas, foi abalado com o rumor de que Professor Moreira teria se alçado à condição de candidato a presidente. Apesar de o petista negar, o estrago estava feito. Em rede social, Luiz Lune (PC do B) reagiu ao colega que o chama de encabeçar a oposição. “E ele dizia: ‘Meu Líder'”, ironizou.

Marcos Paulo alertou para o desarranjo no grupo e classificou de “risco”. “Quase todas as colunas da casa estavam firmes, mas quando vi que uma não estava, que colocava a casa em risco, busquei o consenso, prontamente retirei minha candidatura. Moreira disse votar em mim, mas que seria legítimo se viesse a ser o presidente. Concordei. Mas isso colocaria o governo em risco, porque há o jogo de situação e oposição, e houve consenso no nome do Cido”, disse.

Ele declarou sucesso ao presidente eleito, que era do “Grupo dos 7”. “Cido é um amigo, um irmão. Desejo a você sorte, um biênio profícuo, que você cresça no mandato. Sendo transparente, humilde, tenho certeza que fará um excelente trabalho nesta Casa. V. Excia. chegou a declarar voto em mim, mas sempre deixei claro que não teria problema, pelo contrário, teria orgulho em votar em você, e Deus permitiu que fosse hoje. Saio maior do que entrei na disputa”, disse.

Depois de cada vereador o parabenizar e declarar apoio, Cido disse, no primeiro pronunciamento – de 10 minutos – como novo presidente, “ter a honra de ter sido eleito com todos os votos desta Casa”, agradeceu a Deus, “porque nesta reta final eu nem mesmo estava no páreo ou era candidato”, “mas não estou aqui por acaso”. Ele falou de improviso. “Não preparei nenhum discurso, não deu tempo”, disse. Agradeceu a cada vereador, a começar do “Grupo dos 7”.

“Lutarei, honrarei cada voto, buscando dar o melhor de mim nesta Casa”, disse Cido em discurso de compromisso ao agradecer a Lune, maior oposicionista do governo na Casa. “Será uma presidência democrática, todos os movimentos serão ouvidos, todas as reivindicações serão levadas”, continuou. Disse que a nova Mesa-diretora terá “um desafio gigante” após a gestão de Eduardo Nóbrega (PR), “que conseguiu construir a sede própria” da Câmara. Ele saudou Nóbrega por cumprir a palavra e realizar a eleição nesta terça. “E temos dois anos para fazer a diferença”, finalizou.

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