ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Aprígio (Podemos) entregou no dia 19 de fevereiro, nos 63 anos de Taboão da Serra, a Subprefeitura do Pirajuçara, o Pronto-Socorro Infantil no Jardim Trianon, a reforma da base da Guarda Civil Municipal (com dispositivo de bloqueio) no Intercap e o novo espaço do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) no Jardim Monte Alegre, mas excluiu das placas de inauguração, arbitrariamente, o nome do vice-prefeito José Vicente Buscarini (PSD).
Aprígio rompeu com Buscarini em setembro do ano passado, com a alegação de que o companheiro de chapa quis “tomar a minha cadeira”. Ele acusou o vice de se aliar ao ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) para assumir a prefeitura e até de o ameaçar de morte, e disse que o então aliado agora é “um inimigo”. Mas não apresentou qualquer evidência concreta de golpe e admitiu que tomou a decisão com base em “comentários da rua” – fofoca.
Com discursos marcados pela incoerência e contradição, Aprígio chegou a dizer na inauguração da subprefeitura ter procurado políticos que já administraram a cidade para sugerir ações positivas para a população, mas que não foi atendido, segundo ele. “Eu tenho essa mágoa no coração de procurar alguns ex-prefeitos e pedir para eles opinião. Eu não tenho vergonha. Tenho humildade de pedir a opinião, inclusive para qualquer um de vocês [público]”, disse.
Contudo, Aprígio disse que “não temos um ex-prefeito que mora em Taboão”. “Todos foram embora, ganharam o dinheiro com a nossa cidade e abandonaram a nossa população”, apelou, em fala vista como farpa dirigida sobretudo a Buscarini, em tentativa de desconstruir o vice como idealizador e executor da subprefeitura. Buscarini tinha ficado 16 anos fora da cidade e reclamava de Aprígio por demorar a implantar o equipamento, por “levar com a barriga”.
Se ainda tinha ficado dúvida sobre o real “pensamento” de Aprígio, a imagem de homem “humilde” e de diálogo evaporou minutos depois com a primeira placa descerrada do dia, que expôs a face “autoritária” e “vingativa” do mandatário ao não incluir o nome de Buscarini, segundo até aliados do prefeito. “Ridículo, todo o projeto foi elaborado por Buscarini, todo crédito a ele e equipe. O homem mudou tudo, erro total”, disse um comissionado.
Roberto Furtado, o Betinho, que era o secretário de Planejamento e foi demitido no ato de Aprígio de “expulsar” Buscarini da administração, disse que o prefeito cometeu uma injustiça ao deixar o nome do então aliado de fora da placa de inauguração da subprefeitura. “Afinal de contas, é o vice-prefeito, independentemente. Inclusive quando feita a composição para disputar a eleição, ficou acordada a reinstalação da regional”, disse ele à reportagem.
No rompimento, o vice desmentiu Aprígio em falar que “vinha conversando com o Buscarini” – “Mentira! Ele vinha conversando comigo coisa nenhuma! Ele nunca me chamou para conversar”, disse. Indagado pelo VERBO sobre ter sido excluído das placas de inauguração, Buscarini, na mesma linha, indicou refutar Aprígio em dizer que procurou ex-prefeitos. “Estou feliz do meu nome não estar ao lado de um homem fraco, covarde e mentiroso”, declarou.
LEIA DECLARAÇÃO DO VICE BUSCARINI SOBRE SER EXCLUÍDO POR APRÍGIO DAS PLACAS DE INAUGURAÇÃO