ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Embu das Artes – e o Estado – não tem Carnaval de rua neste mês. O prefeito Ney Santos (Republicanos) proibiu eventos em via pública em 13 de janeiro, “devido ao surto de gripe e retomada de casos de covid”. Mas, ao contrário da aparente preocupação com a saúde da população, ele gerou aglomerações ao longo do ano e fechou com chave de ouro da “irresponsabilidade” ao pôr com um dispensador bebida na boca de pessoas, no “Natal Iluminado”.
O Desbundas Artes, um dos principais blocos carnavalescos de Embu – festejado pelos foliões pela irreverência e crítica social e política -, não deixou de abordar a “hipocrisia” da autoridade municipal ao promover eventos ou permitir “baladas”. O grupo acusou a demagogia mesmo ciente de que “a quantidade de amigos contaminados e a superlotação dos postos de saúde nos dá [sic] a certeza de que ainda não é o momento de estimular aglomerações”.
“Porém, o fato de não estarmos na rua para pular o Carnaval não nos isenta de apontar a incoerência que existe em cancelar apenas o Carnaval, como se o vírus só se espalhasse nessa época, e manter todas as demais aglomerações em festas de fim de ano, shows, festivais, estádios e tantos outros eventos que estão acontecendo sem a mínima exigência de máscara ou comprovante de vacinação”, diz o Desbudas Artes, em comunicado ainda em janeiro.
“Em Embu, houve dias em que o ‘Natal Iluminado’, evento com shows e apresentações promovidos pela prefeitura, […] movimentou mais público que o próprio Carnaval”, cita o bloco, que aponta ainda a aglomerações nos bares. O grupo denuncia que “desmanches artísticos e culturais” avançam na cidade, “descaracterizando cada dia mais o centro histórico, e permitindo que interesses comerciais se sobreponham à preservação da memória e patrimônio”.
Em 7 de julho do ano passado, em ação em que literalmente o interesse privado “passou por cima” do bem coletivo, um trator destruiu um canteiro no Centro Histórico de Embu, com autorização da gestão Ney. A estrutura de jardim ficava diante do bar cujos donos, entre outros, são o vereador Renato Oliveira, presidente da Câmara, “afilhado político” de Ney, e o pastor Marco Roberto, então chefe-de-gabinete do prefeito – “atrapalhava” baladas do local.
LEIA NA ÍNTEGRA NOTA DO DESBUNDAS ARTES SOBRE PROIBIÇÃO DO CARNAVAL DETERMINADA POR NEY
RELEMBRE
– Após gerar aglomeração e pôr bebida na boca de pessoas, Ney cancela Carnaval
– Ney curte balada sem máscara e em aglomeração ‘gigante’ no centro de Embu neste sábado
– Na ‘calada da noite’, Ney remove canteiro diante de bar de Renato e pastor Marco