ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O governo Chico Brito (PT) decidiu substituir o diretor Carlos Shyton da Escola Municipal Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, no Jardim Nossa Senhora de Fátima, na periferia de Embu das Artes, e causou indignação entre alunos e moradores do bairro e região. Um vereador da base de apoio e do partido do prefeito também lamentou a comunicada saída do educador, elogiado por conta do trabalho “excelente” e conduta exemplar diante da comunidade escolar.
Profissionais da EE Reynaldo passaram a ouvir que Shyton seria “tirado da escola” em meados de novembro depois que a Secretaria Municipal de Educação resolveu excluir a unidade de ensino do processo de eleição para diretor, que acontece a cada dois anos no município. Ele foi até o gabinete do secretário Paulo Vicente dos Reis, depois de não ter resposta do gestor a e-mail, para saber a razão de a escola não ter mais a prerrogativa de escolha direta para direção.
Paulo Vicente não teria dado nenhuma justificativa. “Ele tirou o meu direito legal de ser diretor, votado pelo conselho da escola. Eu tinha apresentado projeto no prazo determinado, e o único candidato era eu. Até pelo bom trabalho que executo, nenhum dos 50 servidores quis concorrer, se dizem satisfeitos”, disse Shyton, 31, ao VERBO. Na semana passada, a vice-diretora Gisele Mannelli, braço direito de Shyton, foi avisada que estava fora da escola a partir de 2015.
Nesta quinta-feira, dia 11, Paulo Vicente recebeu novamente Shyton e avisou que o diretor também não permanecerá na escola no ano que vem. Ele teria dito que o responsável pela unidade não fez uma boa gestão. “Foi uma hora de conversa e ele não justificou. Disse que em alguns momentos eu não estava presente na escola, fato esse mentiroso, meu ponto é assinado diariamente, eu cumpro com a minha carga horária”, disse o diretor à reportagem, por telefone.
De acordo com Shyton, “segundo consta” Paulo Vicente também teria falado que a limpeza da escola deixa a desejar. “Mas ele, como secretário, não manda mão de obra suficiente para limpar uma escola desse tamanho”, disse. A Escola Reynaldo tem 1.165 alunos em ensino fundamental 1 (1º ao 5º ano) e EJA (escola de jovens e adultos – 6º ao 9º ano) e é considerada pela secretaria de “complexidade alta” pela região de vulnerabilidade social e contingente que atende.
“O secretário Paulo Vicente tem um jeito de trabalhar centralizador. Eu sou do tipo de diretor que corre atrás, faz o melhor para a comunidade, para os alunos, não que eu queira passar por cima do secretário, sou um profissional ético. Mas algumas coisas a gente vai pedir direto para as pessoas que podem nos ajudar e isso o incomodou”, disse Shyton, ao não ver motivação política. “Até porque admiro o trabalho do Chico Brito, eu o acho um excelente prefeito”, falou.
Ele aponta que um dos êxitos foi levar tranquilidade à escola. “Quando eu assumi, a Guarda Municipal ficava todos os dias no portão. Hoje, não tem necessidade. Temos o controle da escola, eles [alunos] entram para estudar, não bagunçam, não depredam, não usam droga, há uma organização que respeitam”, disse Shyton. “O secretário não tem nada a falar da nossa gestão, foram dois anos de muito trabalho, que a comunidade reconhece, pode ter certeza.”
Nas redes sociais, alunos e professores protestam contra a substituição. “[Há] mais de quatro anos que dou aulas de capoeira no Reynaldo e somente com a vinda do diretor Carlos que acompanhei toda a melhoria naquele bairro, inclusive o interesse dos alunos e toda a comunidade nos projetos da escola”, diz Capoeira Joca. “Ninguém faz nada pela escola Reynaldo, quando Deus envia alguém que pode mudar alguma coisa, o inimigo vem tirar”, diz Ana Andreia.
O presidente da Câmara, Doda Pinheiro (PT), também critica, via Facebook, a decisão da pasta. “Alguns plantam, outros colhem. Pela primeira vez na história da Educação da cidade de Embu das Artes, vejo um diretor ser tirado da Escola Reinaldo no Fátima por fazer um bom trabalho. Lamentável”, diz em postagem com álbum de evento realizado há uma semana. “As imagens falam por si só. Estas fotos foram tiradas na cantata de Natal realizada na quadra da escola.”
OUTRO LADO
O VERBO ligou ainda na noite desta quinta para Paulo Vicente para falar sobre o caso. Ele propôs atender a reportagem no início da manhã desta sexta, até mesmo às 7h, e marcou às 10h. Hoje, a pouco mais de 30 minutos da entrevista, uma funcionária ligou e disse para o site ir à Secretaria de Comunicação. Contatado, Paulo Vicente disse que agora tinha “várias atividades” e que a Comunicação responderia, e não ele nem ninguém da Educação. O VERBO recusou.
Um diretor tão bom quando ele não deveria ser retirado do cargo assim.
esse governo de Embu só deixa a desejar um exemplo é a saúde pois postos de saúde não tem medicamentos e na maioria os funcionários não são preparados para tais cargo. é uma verdadeira desordem no atendimento. ruas e avenidas que começaram a recapear e não terminaram um exemplo é a av… Rotary que umas das mãos é recapeada e outra não. agora me diz sera que o governo chico brito é exemplar? tem um bom trabalho?
Infelizmente a população fica à mercê dessas politicagem, uma escola q já foi uma das piores do Embu agora que está em ótimas mãos e ótima administração sendo hoje considerada uma das melhores do bairro, agora acontece isso quem vai sofrer sempre somos nós porque teremos um futuro incerto sem saber o que pode voltar a acontecer 2015 estamos angustiados e apreensivos espero que tudo se resolva e as pessoas de bem que querem o melhor pra população voltem para seu devido lugar.
Não entendi o motivo pelo qual querem tirar o diretor Carlos Shyton da E.M. Reynaldo Ramos de Saldanha da Gama. Um excelente profissional que fez mudanças positivas desde o início de sua gestão.Trabalhei nesta escola antes e depois da gestão do diretor Carlos Shyton e sei o quanto que ele fez para mudar a situação na qual a escola se encontrava. Estou indignada!
Sou pai de dois alunos nessa escola não vejo motivo para tirarem esse ótimo profissional já vi alguns diretores que nada fizeram incrível que a prefeitura não vê que a alguns anos tivemos vários problemas nessa unidade e nada foi feito como defecar dentro da caixa de agua onde sempre ficava aberta que apos o Carlos assumir foi resolvido vejo que hoje por ser um ótimo profissional paga se dessa forma,senhor secretario temos tantos problemas com educação em nosso município saia do seu escritório e vá ate alguns escolas fazer visitas para ver como a situação esta,seja coerente e revejo sua decisão pois nos pais e alunos estamos indignados com a mesma
Fui estagiária nessa escola e com a entrada do Diretor Carlos, aconteceram muitas mudanças positivas, pena que o que é bom para a comunidade e os alunos dura pouco.