ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Ré acusada de lavar o dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo, Ely Santos (Republicanos) tem dois CPFs para dificultar ter atividades ilícitas rastreadas, segundo o Ministério Público, noticiou a “Folha de S. Paulo”. Ely, irmã do prefeito Ney Santos (Republicanos), assumiu como deputada federal em 9 de novembro do ano passado – apenas a oitava mais votada do partido em 2018, era a segunda suplente após fracassar ao ter insuficientes 49.426 votos.
Em reportagem em 23 de novembro, a “Folha” lembra que, como a irmã, Ney “também é réu no mesmo processo e suspeito de liderar uma organização criminosa composta por parentes e pessoas próximas” – “inclusive está inelegível por receber dinheiro de origem ilegal”. Recorda que “Ely chegou a permanecer presa preventivamente por dois meses” entre 2016 e 2017, quando o MP apresentou a denúncia “tendo como principal alvo o irmão”.
A “Folha” menciona que Ely, que já foi secretária municipal de Desenvolvimento Social de Embu, informou à Justiça Eleitoral ser empresária e que em 2018, para tentar a eleição, teve a ajuda do mentor político, o próprio irmão, que chegou a se licenciar do cargo de prefeito para trabalhar na campanha. “[Ela] Obteve 49 mil votos alavancados por um forte financiamento do partido – R$ 1,3 milhão dos fundos eleitoral e partidário”, observa a reportagem.
“A deputada, cujo nome civil é Eliane de Sousa Alves Machado, possui dois números ativos de CPF. Segundo expôs em denúncia o Ministério Público, esse cadastro duplicado foi usado para confundir autoridades em relação à abertura de empresas. A denúncia afirma que a parlamentar à época participava de negócios usados por Ney para lavar dinheiro do tráfico e o liga à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital)”, aponta o jornal.
A reportagem cita que a denúncia diz que Ely “teve função de laranja” para “contornar bloqueios judiciais de bens do político”. “Afirma ainda, por exemplo, que um posto de combustível foi adquirido por ela quando o irmão esteve preso, em 2005, e que recebeu procuração para gerir diversos postos dele. Em manifestação neste mês, os promotores reafirmaram que, em intercepção telefônica entre membros do PCC, Ney foi chamado de ‘intocável’.”
O jornal afirma, porém, que “o processo, aberto em 2016, teve pouca movimentação desde então, em meio a discussões sobre em qual jurisdição deveria tramitar”, mas o MP “apura atualmente a infiltração na política da facção e o caso de Embu das Artes é um dos focos dos promotores”. À “Folha”, a defesa de Ney e Ely disse que “não há qualquer elemento” que os ligue ao PCC e que o CPF usado por Ely é o mesmo do registro da candidatura dela.
VEJA ELY SANTOS FICHADA PELO GAECO (MP), COM 2 CPFs DIFERENTES, ALÉM DE 4 NOMES E 2 RGs DISTINTOS
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