Após gerar aglomeração e pôr bebida na boca de pessoas, Ney cancela Carnaval

Especial para o VERBO ONLINE

Ney faz reunião com prefeitos por recursos do Estado ao se queixar do avanço da covid, mas no 'Natal', sem máscara, põe bebida na boca de jovem | Divulgação

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (Republicanos) anunciou nesta quinta-feira (13) que Embu das Artes não terá Carnaval de rua (desfile de blocos e shows) neste ano, “devido ao surto de gripe e retomada de casos de covid”. Ele alegou estar “preocupado com o bem-estar da população”. Mas, em conduta que não é novidade, Ney promoveu aglomeração com atrações musicais e chegou a pôr bebida na boca de pessoas durante o “Natal Iluminado”, na praça central.

Em uma rede social, Ney escreveu: “Neste momento tão delicado, devido ao surto de gripe e a retomada de casos de covid, quero informar sobre o cancelamento do Carnaval em Embu das Artes. Preocupados com o bem-estar da população, focaremos todos os nossos esforços na saúde, certos de que em breve poderemos festejar pela vida”. Moradores concordam com a decisão, mas com a pandemia em curso a gestão devia ter evitado concentrações.

A decoração com shows de cantores aos sábados e domingos, porém, reuniu grande número de pessoas, a grande maioria sem máscara ou com a proteção no queixo, e sem distanciamento físico – com incentivo de parte da imprensa regional, ao divulgar as atrações a cada fim de semana e convidar para prestigiar com a família. Ao expor ainda mais ao risco de contaminação, no dia 18, Ney pôs um dispensador com bebida na boca de várias pessoas.

Uma moradora criticou Ney e a irmã, Ely Santos. “Estamos em meio a uma pandemia com um novo vírus [variante], a ômicron, além do H3N2 [da gripe], que nem vacina ainda existe. Quem era para dar o exemplo de cuidados age dessa maneira. Com a qualidade e agilidade das UBSs, UPA e PS Central, sabemos o final desta história. Mais interessante é a deputada federal rindo, como se fosse algo normal no cenário que vivemos”, disse Flavia Santana.

Os números do avanço apenas da covid-19 dão a dimensão da “irresponsabilidade” da gestão Ney ao manter o tipo de programação do “Natal Iluminado”. Quando a decoração foi inaugurada, em 3 de dezembro, Embu registrava o total de 10.697 casos e 619 mortes. No último dia 18, do ato “inconsequente” de Ney, o município contabilizava mais 18 contaminações (10.715) e 16 óbitos (635). Nesta quinta-feira (13), já soma 10.730 casos e 640 vítimas.

Apesar de ter contribuído para a alta de casos de covid-19 e gripe, nesta quinta-feira, Ney convocou uma reunião com prefeitos da região (Conisud) para pedir apoio para cobrar recurso estadual. Ele falou em tom altivo, como se desse exemplo. “É pedir ajuda do governo do Estado para reforçar o atendimento para a nossa população ser bem atendida. Muitos profissionais contaminados não estão vindo trabalhar. Nós já passamos por isso”, disse.

Ao longo de dezembro, moradores já apontavam a falta de bom senso diante dos prontos-socorros municipais lotados, com pacientes com gripe e covid. “Iluminação na praça, apagão na saúde”, disse um morador. É que Ney usa o “Natal Iluminado” para se promover politicamente, desde o primeiro mandato (2017). Só nesta quinta o governo resolveu antecipar o fim do evento, para este fim de semana – isso, porém, Ney não “quis” anunciar.

VEJA NEY PÔR DISPENSADOR DE BEBIDA NA BOCA DE VÁRIAS PESSOAS EM MEIO A PÚBLICO SEM MÁSCARA

Vídeo: Leitora do VERBO ONLINE

NEY ANUNCIA CANCELAMENTO DO CARNAVAL, MAS NÃO ANTECIPAÇÃO DO FIM DO ‘NATAL ILUMINADO’

Foto: Instagram Ney Santos

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