ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
A estação Vila Sônia do metrô (zona oeste de São Paulo), da linha 4 – Amarela, começa a funcionar no sábado (18) em caráter de testes, fora do horário de pico. Neste mês, irá operar das 10h às 13h, diariamente, exceto feriados. Em janeiro, até as 15h. Os trens só irão circular em horário integral a partir de maio de 2022. A estação deverá receber cerca de 90 mil passageiros por dia. O governador João Doria (PSDB) inaugura nesta sexta-feira (17), às 9h.
A estação, na avenida Francisco Morato nº 4.000, conta com terminal de ônibus – que receberá linhas da capital e intermunicipais da região -, na avenida Eliseu de Almeida, em ligação das duas vias. A 29 metros abaixo da terra, a quarta mais profunda da linha 4 – atrás das estações Paulista (55 metros), Butantã (51 metros) e Pinheiros (31 metros) -, a Vila Sônia tem 20 escadas rolantes, 13 fixas e cinco elevadores. O ramal começou a operar em 2010.
Ao custo de cerca de R$ 2 bilhões, a Vila Sônia é a 11ª e última parada da linha 4 – que começa na estação Luz (centro). Ou seja, o ramal não será estendido até Taboão da Serra, apesar de distante pouco mais de três quilômetros da nova estação – o projeto foi abandonado. Em 1º de outubro de 2011, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu a chegada do metrô a Taboão, no altar do Santuário Santa Terezinha, pela primeira vez.
Em 2012, quando inaugurou o AME (ambulatório de especialidades) de Taboão, Alckmin repetiu a promessa. “O Metrô não tem uma estação fora de São Paulo. [A companhia] se chama Metropolitano, mas atende só uma cidade, que é a capital. Pela primeira vez, o metrô vai sair de São Paulo, chegando até Taboão da Serra”, disse. Ele voltou a prometer em 2014 que a linha ia ser estendida à cidade em até dois anos, em 2016. Mas o projeto nunca andou.
Portanto, apesar da prevista festa de inauguração nesta sexta-feira, a Vila Sônia vai ser aberta sem as extensões prometidas. Agora, Doria, continuidade da gestão do PSDB à frente do Estado, fala em cumprir as entregas programadas – a própria nova estação vai ser entregue com sete anos de atraso, ao ter sido prometida para 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. Mas, em Taboão em 2018, então pré-candidato, Doria “requentou” a promessa.
“Vamos dar continuidade ao trabalho que já começou, para que não seja interrompido, e o metrô chegue até seu destino final”, disse Doria ao VERBO. A reportagem lembrou que a promessa de Taboão ter uma estação do metrô já era antiga. “Mas vai seguir, o importante é não interromper”, afirmou o tucano. No palanque, em evento concorrido, ele ainda discursou: “Vamos dar continuidade para que a linha do metrô chegue até aqui, sim”.
“Isso é um compromisso, não é uma promessa de campanha, até porque já está no planejamento do governo do Estado, então não há nenhuma demagogia nisso, não. É cumprir aquilo que já está planejado”, completou Doria. Governo do PSDB indicaria que Taboão não é prioridade, já que prevê duas estações para a linha 5 – Lilás, até o Jardim Ângela (zona sul). Após a fase de testes, a Vila Sônia será repassada à Via Quatro, concessionária da linha.