ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (Republicanos) não enviou projeto de lei para pagamento de abono salarial decorrente de recursos do Fundeb (fundo da educação básica) aos professores e gerou grande protesto de educadores, nesta quarta-feira (15), na Câmara Municipal. Com a pressão da categoria pela aprovação do benefício na última sessão no ano, o presidente Renato Oliveira (MDB) “manobrou” para livrar o Executivo de encaminhar a matéria.
Lei federal determina gastar 70% dos recursos do Fundeb com a remuneração dos profissionais da educação básica. Em caso de não aplicação do mínimo estabelecido, as “sobras” devem ser devolvidas em forma de abono ou 14º salário aos professores. Com a mobilização de cem educadores, Renato abriu a sessão e pediu para uma comissão se reunir com o secretário Pedro Angelo (Educação), com a presença do vereador Abidan Henrique (PDT).
Pedro Angelo não soube explicar se o gasto mínimo foi atingido, segundo a categoria, que apontou que Ney não aplicou os 70% e deve o abono. Enquanto a reunião ocorria, Renato encerrou a sessão, sem discussão em plenário e sem permitir Abidan falar. Os professores notaram o “golpe” e se revoltaram. Pressionado, Renato formou uma comissão com cinco educadores e fez reunião na sala da presidência, por mais de duas horas, a portas fechadas.
Em uma rede social, Renato postou foto da reunião ao falar em “democracia” e “participação popular”. Porém, a comissão não foi escolhida pelos professores, que protestaram à porta da sala. Renato fez um termo em que se compremeteu “em pautar” em sessão extraordinária projeto “referente a eventual abono a ser concedido aos professores, caso seja verificado que não foi alcançado o índice mínimo de 70%”, visto como nova manobra.
Abidan rechaçou Renato. “Numa manobra covarde e desleal, o presidente encerrou a sessão em 18 minutos e deixou os professores a ver navios. É a postura de um governo desonesto, que não tem conteúdo para debater o orçamento da educação, não tem coragem de dialogar com os professores e no ‘tapetão’ não vota o abono aos profissionais. A briga agora é para ter uma sessão extraordinária no final do ano para votar o abono”, disse.
Nesta quinta-feira (16), um grupo de professores foi à porta da prefeitura reivindicar que Ney envie projeto de pagamento do abono. Pedro Angelo marcou reunião com o setor de finanças, mas na Câmara, “para desmobilizar”, disse uma participante da manifestação. Os professores não aceitaram. Questionado pelo VERBO se o governo se recusa a pagar o abono e se ia receber os manifestantes na prefeitura ou não, o secretário ficou em silêncio.
VEJA MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES de EMBU NA CÂMARA PELA CONCESSÃO DE ABONO SALARIAL
> Colaborou a Redação do VERBO ONLINE