ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O pré-candidato a governador de São Paulo em 2022 Fernando Haddad (PT) se reuniu com militantes e simpatizantes na terça-feira (30) em Embu das Artes, na Câmara Municipal, e prometeu uma universidade na cidade. Apesar de ter sido um dos personagens do projeto de instalação de uma instituição de ensino superior em Embu em 2010, quando ministro da Educação, ele disse que foi apenas “testemunha da promessa” não cumprida.
No mesmo dia, Haddad esteve em Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra. No evento em Embu, ao qual chegou com uma hora e meia de atraso, ele primeiro criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), na tática de lançar candidatura “casada” com a do virtual presidenciável do PT, Lula. “Morreram no Brasil quatro vezes mais pessoas por covid-19 do que a média mundial. Já seria uma tragédia ter 150 mil mortos. Mas ele colocou 450 mil em cima”, disse.
Depois de apontar ainda que “a inflação não para de corroer o poder de compra do trabalhador”, Haddad falou das ações enquanto ministro, após ouvir o vereador Abidan Henrique (PDT) discursar que os pais fizeram faculdade graças a programas petistas de acesso a universidade e a ex-vereadora Rosângela Santos (PT) frisar que também foi bolsista do ProUni. “É uma massa crítica que está se formando em função dos programas que fizemos”, disse.
Haddad passou a falar como pré-candidato ao mirar o Estado, quando disse que iniciou a vida pública em 2001 no governo da prefeita Marta Suplicy e que os petistas “pegavam no meu pé” para conhecer a periferia da metrópole. Ele lembrou episódio sobre ser de classe média e professor universitário. “O Lula falava que eu tinha cara de tucano [PSDB], mas o coração estava garantido, é de petista. E de fato eu não conhecia”, contou, sob risos.
O petista disse que a metrópole de São Paulo em 20 anos, sobretudo “nos nossos governos, melhorou muito”, em relação às condições da população. “Muita gente fez casa de alvenaria, comprou fogão, geladeira, carro. Agora, do ponto de vista de infraestrutura, não é tanta coisa que foi feita. Temos precariedade de saneamento, transporte público, vagas em hospital, universidades públicas. Aqui era para ter uma universidade, sabiam disso?”, disse.
Haddad disse que a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) apresentou projeto de extensão e abriu campus em Diadema, Guarulhos, Osasco, Santos, São José dos Campos e, já quando prefeito, na zona leste da capital. “Mas aqui não aconteceu. Resultado: há anos estamos esperando a instalação de uma universidade aqui. Quem sabe agora com novo governo [do PT] não aparece a universidade tão desejada por Embu das Artes”, disse, aplaudido.
Em Embu, Haddad assinou em 29 de outubro de 2010 protocolo de intenções que previa a construção do campus no Parque da Várzea, ao lado do então prefeito Chico Brito (à época PT). Apesar do anúncio de que projeto estava adiantado, a universidade não saiu do papel por falta de recurso “necessário”. Ele indicou, porém, não ter tido responsabilidade. “Eu sou testemunha de que a promessa foi feita. Se vocês quiserem testemunha…”, comentou.
Haddad, então, sinalizou uma universidade em Embu se eleito. “E se ele [novo presidente] não fizer, quem sabe o governo do Estado não esteja em melhores mãos e venha uma unidade da Unesp, da Unicamp ou da USP para cá. Ai também fica bonito”, declarou, sob palmas. Ele focou apenas a educação e só resvalou no tema da saúde, mas não sobre Embu, ao criticar o fechamento do pronto-socorro do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS).
As demandas de Embu foram abordadas por Rosângela, que falou em “brigar muito para ter um hospital geral, delegacia da mulher 24 horas, escolas estaduais realmente atrativas para os nossos jovens e dar oportunidades [emprego] para a juventude”. Haddad apontou primeiro estar em processo de escuta das carências locais. “Eu quero ouvir vocês para construir e executar o melhor plano de governo da história de São Paulo”, afirmou.