ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A CEI (Comissão Especial de Inquérito) ou CPI da Câmara de Vereadores de Taboão da Serra, criada sob alegação de investigar possíveis irregularidades na utilização das verbas direcionadas ao combate à covid-19, decidiu na última quarta-feira (3) convocar três novas testemunhas para depor, o ex-secretário municipal de Manutenção Daniel Bogalho, o ex-secretário-adjunto da pasta André Ribas e o ex-secretário de Administração Takashi Suguino.
Daniel, Ribas e Takashi irão depor na quarta-feira da semana que vem (17), a partir das 15h. Os vereadores que compõem a CPI – da base do prefeito Aprígio (Podemos) – buscariam atingir o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB). Ao longo dos trabalhos, os integrantes da comissão têm lançado como principal crítica à gestão passada a realização de desinfecção das ruas durante a pandemia em 2020, ação que era atribuição da secretaria de Daniel.
Daniel foi o candidato a prefeito em 2020 lançado por Fernando. Takashi era o braço-direito do ex-prefeito. A assessoria da Câmara apresentou Ribas como tendo sido auxiliar de Bogalho. Mas o presidente da CPI, André Egydio (Podemos), convocou Ribas por ter sido adjunto de Cultura, em ato falho que evidenciaria que a CPI mira a gestão passada – o então secretário de Cultura Wanderley Bressan, hoje aliado de Aprígio, não foi convocado.
“Peço para que daqui 15 dias, no dia 17 de novembro, serem convocadas as seguintes pessoas para que possam ser ouvidas nessa Comissão Especial de Inquérito. A primeira é o senhor Daniel Bogalho, ex-secretário de Manutenção e atual secretário de Obras de Embu das Artes. O segundo é Takashi Suguino, que foi o secretário de Administração. E na Secretaria de Cultura estamos convocando o André Ribas, que foi adjunto”, anunciou Egydio.
Apesar do anúncio de Egydio, a assessoria da Câmara passou a dizer que, segundo o presidente da CPI, a comissão já encerrou a fase de depoimentos de testemunhas da área da saúde e agora irá ouvir ex-funcionários públicos ligados a finanças e manutenção no período investigado. Ainda de acordo com Egydio, as três oitivas serão as últimas antes da apresentação do relatório final. A CPI tem até 22 de dezembro para finalizar a investigação.
Egydio – que é desafeto declarado de Fernando – justificou o período sem a realização de sessões da comissão. “Essa lacuna das reuniões públicas aconteceu porque estávamos analisando os inúmeros documentos que nós solicitamos. O objetivo é verificar o suposto desvio de finalidade das verbas que vieram para o combate da covid. Muita gente achava que essa investigação iria terminar em pizza, mas não vai”, afirmou o presidente da CPI.