ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Na “controversa” ida a Brasília, em 18 de agosto, o prefeito Aprígio (Podemos) e quatro secretários perderam o voo e consequentemente parte das audiências para tratar de interesses de Taboão da Serra. Eles só foram recebidos no Ministério da Saúde. Aprígio chegou a postar um vídeo em que que indicou ter protocolado no Supremo Tribunal Federal pedido pela manutenção do abono de férias do funcionalismo, mas foi apenas um “teatro”.
A afirmação de que Aprígio se atrasou foi feita pelo vice José Vicente Buscarini (PSD), com exclusividade ao VERBO. Quando já tinha encerrado a coletiva em que rebateu as alegações de Aprígio para romper com ele, no dia 22 de setembro, o vice ainda respondeu a este portal. Mesmo com a alegada pauta do abono, ele disse que não iria integrar a comitiva por prudência – evitar risco de fatalidade com o titular e vice juntos -, quando fez a revelação.
“Mesmo que tivesse sido convidado para ir, eu não iria, até porque não é prudente o prefeito e o vice viajarem juntos – quando o titular viaja, o suplente cuida. Eu fiquei sabendo, sim, que iriam, mas não sabia a pauta completa. O que fiquei surpreso – talvez você não saiba, depois você se informa -: eles perderam o voo”, disse Buscarini, aos risos. “Atrasou [outro avião], alguns lugares eles não tiveram audiência porque perderam o horário”, acrescentou.
“Eu fiquei sabendo isso recente. Perderam o voo e aí perderam uma parte da pauta”, completou Buscarini, em indicação de que Aprígio e auxiliares estão “perdidos”. Ele foi indagado pela reportagem no contexto de que foi quem sancionou a lei que criou o abono, quando prefeito, e teria interesse de ajudar o funcionalismo em relação ao restabelecimento do benefício extinto por decisão judicial. “Eu já ajudei, já dei a minha opinião”, disse o vice.
Na entrevista, Buscarini criticou a inércia do agora adversário. “Ele deu solução para o ’14º salário’? Tem solução, sim! Vai ver, acompanhar outras cidades. Outras cidades pagam, e encontraram soluções. O ‘seu’ Aprígio está sentado. Ele quer jogar tudo para o ano que vem, está empurrando em nome da lei da covid [que congela gastos com funcionalismo na pandemia]. E está se escondendo daquilo que pode resolver”, afirmou o vice-prefeito.
Apesar do discurso de que “estamos aqui no STF, fazendo conversas para poder defender o 14º dos funcionários, o recurso já foi protocolado”, o governo não protocolou nada na corte. Só no dia 29 de setembro o agravo interposto subiu ao STF para tentar desobstruir o recurso e ver o mérito decidido pelo Supremo, ainda sem decisão. Indagado sobre a comitiva – que integrou – ter perdido o voo e audiências, o secretário Mario de Freitas (Governo) silenciou.
OUÇA BUSCARINI REVELAR QUE APRÍGIO E 4 SECRETÁRIOS PERDERAM VOO E AUDIÊNCIAS EM BRASÍLIA