ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Aprígio (Podemos) chamou a atenção de José Alberto Tarifa após ouvir duras críticas de um morador ao secretário de Saúde. Ele deu, nas palavras de testemunhas, uma “encarcada” no auxiliar no último dia 22 ao ser abordado pelo munícipe ao chegar à prefeitura, acompanhado por Tarifa. O secretário é alvo de enxurrada de reclamações da população pela má gestão, como a não marcação de consultas e falta de médicos e de remédios.
Uma pessoa que estava na entrada da prefeitura presenciou a situação. Aprígio estava com a mulher, a vereadora Luzia (Podemos), que também viu a revolta do munícipe. “Quando o prefeito chegou, apareceu um senhor bufando de raiva. Bufando, bufando… O Tarifa estava na hora. O cara, na hora que viu o Aprígio, na frente do Tarifa, falou: ‘Prefeito, eu vim aqui fazer uma reclamação: o seu secretário de Saúde é muito ruim!'”, relatou ao VERBO.
O reclamante foi além. “O morador falou: ‘Ele não sabe trabalhar, não sabe organizar [a Saúde]. E ele me ofendeu, riu da minha cara'”, disse. A testemunha comentou que Aprígio ficou contrariado. “O prefeito falou assim na hora: ‘E aí, Tarifa? Como é que é, o que acontece?'”, contou. O secretário, constrangido, buscou se defender e procurou falar que a reclamação não procedia. “[Ele disse:] ‘Não, prefeito, que é isso… Não fiz nada disso, não'”, observou.
“O Tarifa tomou uma encarcada do Aprígio. O alagoano não gostou muito, não. Deu uma encarcada, o ‘bicho pegou'”, narrou ainda a testemunha à reportagem, ao ser referir ao Estado natal do prefeito. Depois, Aprígio e o secretário entraram no prédio e evitaram expôr ainda mais o conflito que evidenciaria a gestão deficiente da pasta. Questionado pela reportagem sobre o ocorrido, Tarifa não respondeu a mensagem, e não atendeu a ligação.
A reportagem identificou o morador que reprovou a gestão do secretário ao abordar o prefeito e falou com ele. É um servidor efetivo (concursado) da prefeitura – ele não terá o nome divulgado por este portal para não ser alvo de eventual represália. “Na hora que o Aprígio estava chegando, junto com Tarifa, Binho [secretário de Cultura] e outras pessoas, inclusive a primeira-dama, mostrei minha indignação, olhando no olho do prefeito”, disse.
O funcionário acusa ser prejudicado pelo secretário, com anotação equivocada de faltas e descontos na folha de pagamento mesmo com ausências ao trabalho justificadas, entre outras “perseguições”. “Eu estava bastante desequilibrado diante de tanta injustiça. Me seguraram, até que chegaram conhecidos e disseram que sou ótimo servidor de carreira. Me deram água. O prefeito ia me atender, mas com todo o meu abalo preferiu agendar”, disse.
