Sem feriado, Taboão da Serra celebra padroeira Santa Terezinha nesta sexta-feira 1º de outubro

Especial para o VERBO ONLINE

Torre do Santuário Santa Terezinha no centro de Taboão da Serra, que realiza cinco missas em louvor à padroeira nesta 6ª, sem feriado | Alceu Lima/Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Nesta sexta-feira, 1º de outubro, Taboão da Serra comemora o dia da padroeira, Santa Terezinha do Menino Jesus, mas sem feriado – antecipado no início do ano para 29 de março pela prefeitura para aumentar o isolamento social devido ao agravamento da covid-19. Porém, o Santuário Santa Terezinha realizará cinco celebrações. “Não [será feriado] porque já foi. Mas teremos missa o dia todo”, disse o vigário-paroquial padre Carlos Lozada ao VERBO.

Com um horário a mais pela festa da santa, o santuário terá missa às 7h, 10h, 12h, 15h e 20h – uma sexta “comum” tem quatro celebrações. A igreja seguirá todos os protocolos sanitários contra a covid-19. Devido à pandemia, a missa das 20h, tradicionalmente a mais solene pela benção do Santíssimo (corpo de Cristo, a hóstia consagrada), não terá a procissão de adoração, para evitar aglomerações. “Não tem nada de extraordinário”, disse padre Carlos.

Antes de se tornar paróquia, a igreja era uma capela no que era uma chácara dos frades da Ordem dos Carmelitas Descalços, daí que Santa Terezinha, que era carmelita, tornou-se a padroeira da cidade. Apesar de morrer muito jovem, aos 24 anos, encheu o convento e o mundo com gestos e escritos em torno do amor, mas um amor tão forte que desejava evangelizar até a morte – tem como símbolo a rosa. Foi declarada santa pela Igreja em 1925.

Embora data religiosa de Santa Terezinha, 1º de outubro em Taboão é oficialmente Dia do Amor Misericordioso de Deus. O título “alternativo” foi escolhido pelos católicos para vencer a resistência dos vereadores evangélicos, que, contrários à devoção aos santos, exigiam outro nome para aprovação, em 2015. O então vereador Cido, autor do projeto original, como feriado de Santa Terezinha, apontou à época que o texto ficou “engavetado” por seis meses.

Monsenhor Aguinaldo de Carvalho, reitor do santuário, disse que teve a “resposta” do nome. “Deus tocou meu coração: de que adiantaria sair por aquela porta feliz, […] se para trás ficassem irmãos [evangélicos] derrotados, magoados? Na posse dos senhores, conclamei que tivéssemos não uma bancada católica ou evangélica, mas cristã. E não queria ser contrário ao que disse de estarmos juntos nas batalhas que devem ser vencidas”, declarou.

Após a missa em que assinou a lei, em 1º de outubro de 2015, o então prefeito Fernando Fernandes (PSDB) disse não querer que o feriado virasse “uma guerra santa” e o chamou de “marco histórico”. “Estamos cumprindo com o dever de honrarmos a história de Taboão. Mas fizemos de maneira mais inteligente, criamos o feriado do Dia do Amor Misericordioso de Deus, que foi a razão de vida de Santa Terezinha, e atende católicos, evangélicos”, disse.

Comemorado a partir de 2016, o feriado completaria cinco anos neste dia 1º, não fosse a pandemia. Quanto a ser padroeira de Taboão, embora considerada “protetora” do município desde 1981, Santa Terezinha foi oficializada só 23 anos depois. “Tenho orgulho de ser o autor do projeto [de lei] em 2004, pois era a única cidade da região que não tinha reconhecimento legal desta tradição nacional”, disse à reportagem anos depois o ex-vereador Savazzi.

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