ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Taboão da Serra não vacinou completamente nem um terço da população e é o penúltimo na aplicação da segunda dose ou do imunizante em dose única na região. Na segunda-feira passada (30), o governo Aprígio (Podemos) deixou de vacinar nas 13 unidades básicas de saúde e passou a imunizar em 12 escolas e em um parque – o das Hortênsias – próximos a cada um dos postos, que chama de “polos”, mas com o mesmo “despreparo” de antes.
A Secretaria de Saúde de Taboão vacinou 84.900 moradores com a segunda dose e 7.652 com o imunizante de dose única, ou seja, 92.552 estão com a imunização completa, só 31,51% da população. Na região (oito cidades), o município está à frente apenas de Vargem Grande Paulista, que vacinou completamente 28,05% dos munícipes. Mas é superado por seis vizinhos – do líder São Lourenço da Serra, está quase sete pontos percentuais atrás.
Portanto, Taboão ocupa o sétimo lugar na região. A cidade está atrás até de Itapecerica da Serra, que na primeira dose é o último. O ranking local é: São Lourenço, 38,29%; Cotia, 37,84%; Embu-Guaçu, 34,94%; Juquitiba, 34,47%; Embu das Artes, 33,65%; Itapecerica, 33,65%. Para estar completamente imunizada, a pessoa deve receber a segunda dose ou a vacina em dose única – inclusive, a proteção máxima só ocorre duas semanas após a aplicação.
Depois de provocar grandes filas e demora além de quatro horas ao mobilizar poucos vacinadores na imunização inicial dos mais jovens (18-22 anos), em agosto, a gestão Aprígio se superou em despreparo e desorganização ao ministrar a primeira dose em adolescentes e a segunda em faixas etárias mais velhas, na semana passada – com impacto no desempenho vacinal, ao estimular desistências. Uma das escolas estava fechada no horário de vacinar.
A moradora Neusa Kuraoka levou a filha de uma amiga para se vacinar no Parque das Hortênsias e desistiu. “Tinha duas filas de adolescentes imensas e a da segunda dose, um pouco menor. Tinha só uma enfermeira para aplicar, tanto a primeira dose quanto a segunda, e duas ou três pessoas para fazer o cadastro para vacinação. É lógico que a enfermeira não vai dar conta sozinha, a fila cresceu, ficou cada vez maior na frente dela”, contou ao VERBO.
Neusa foi à EMI Narizinho, “polo” da UBS Jardim América. Achou que a fila estava pequena. “Na hora que entramos do portão para dentro, foi o caos total. Quando vi, após outra porta, o corredor lotado, quase infartei. O pessoal fazia fila em curva, um grudado no outro, e dentro da sala da vacinação cheio de gente. Temos um vírus em que não se pode aglomerar, e a Secretaria de Saúde faz uma coisa dessa”, lamentou. Apenas uma enfermeira vacinava.
A vacinação tinha horário de início não às 7h, como nas UBSs, mas às 8h, mas ainda teve mais desorganização. Na escola Armando Andrade, “polo” da UBS Suiná, aonde chegou às 7h50, uma moradora contatou este portal para denunciar o cúmulo do relaxo. “Estou na fila da vacinação com a minha filha, de 16 anos, conforme o cronograma da PMTS [prefeitura]. E não tem nenhuma pessoa da área da saúde aqui, para atender o pessoal”, protestou.
“A vacinação deveria ter sido iniciada às 8h, [e] o portão da Armando Andrade está fechado!”, reclamou a munícipe. A imunização aconteceu, mas com muito atraso. “O atendimento ao público, […] triagem pelos funcionários da UBS, só começou quase às 9h. Duas funcionárias da Secretaria de Saúde só passaram pela fila por volta das 9h30. [Só] Alguns minutos depois saiu a primeira menor realmente vacinada. Saímos somente às 10h15”, relatou, aborrecida.
VEJA RANKING DA VACINAÇÃO CONTRA COVID NA 2ª DOSE/ÚNICA NA REGIÃO; TABOÃO É PENÚLTIMO (7º)
OUÇA RELATO DA MORADORA NEUSA KURAOKA E DENÚNCIA DE MÃE SOBRE VACINAÇÃO EM TABOÃO