Mandado a júri popular por tentar matar chargista com 3 agravantes, Renato indica não se arrepender

Especial para o VERBO ONLINE

Renato diz que não fugirá de "nenhuma" polêmica em que se meteu, em indicação de não se arrepender de tentar matar Binho, denunciado pelo MP |Reprodução

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Réu confesso em derrubar o chargista Gabriel Binho de moto na rodovia Régis Bittencourt na madrugada de 28 de dezembro de 2017 e mandado a júri popular, denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio triplamente qualificado, com um comparsa, o vereador Renato Oliveira (MDB) disse nesta quarta-feira (18) que se “meteu em polêmicas”, mas não vai “fugir de nenhuma delas”, em indicação de não se arrepender do atentado.

Presidente da Câmara de Embu das Artes, Renato fez a afirmação na volta da sessão presencial após um ano e quatro meses devido à pandemia da covid-19. Com o público “ao vivo”, ele não deixou de capitalizar a “audiência” para deixar os vereadores em evidência e transformou o trabalho em plenário em uma cerimônia de posse – oito meses depois do início do mandato -, permeada de discursos. O vereador fez a fala insólita ao se dirigir aos pais.

“Não prometo a vocês que não haverá polêmica, muito pelo contrário. Mamãe, redobre a sua oração, porque enquanto seu filho está aqui em pé só tem uma forma de permanecer, se a senhora estiver de joelho. Eu sempre lhe trouxe muita preocupação com as polêmicas [em] que me meti. Eu não vou fugir de nenhuma delas”, disse Renato, que quando atacou Binho era subsecretário do “padrinho” político, o prefeito Ney Santos (Republicanos).

“Mas pode ter certeza: no meu coração sempre terá a lealdade, o respeito e o compromisso com este povo que me elegeu”, continou Renato. Ele, porém, não tem atitudes “bonitas” como as palavras. Em 2017, interpelado pela filha de um comerciante, ele falou: “Espero que você esteja 100% em dia com os compromissos de cidadã, inclusive as licenças de uma pizzaria aí”. Em menos de 12 horas, a Vigilância Sanitária, com GCMs, baixou no estabelecimento.

Entre outros ataques e perseguições, Renato “passou dos limites”, porém, no caso Binho. Após ficar de “tocaia” por quatro horas na praça central de Embu, ele seguiu o chargista até a BR-116 e jogou o carro contra a vítima. Após sobreviver à queda em uma rodovia federal, Binho foi alvo de três disparos de arma de fogo. Horas depois, recebeu ameaça: “us proximu tiro vai se no meio da cara pra aprende a para de ser faladô recado tá dado”.

Binho quebrou um tornozelo, teve de ser operado e usar muleta por quase seis meses. Renato já planejava atacar. Três meses antes, ele disse ao então chefe, Jones Donizette, sobre o VERBO, do qual Binho era colaborador: “Peço todos os dias pra vocês deixarem eu resolver. Mas ninguém autoriza”. Ele só confessou, em fevereiro de 2018, após cobrança da imprensa às autoridades. Apesar de criar falsos “álibis”, foi mandado a júri popular ainda sem data.

Renato chegou a apresentar recurso de que, com o comparsa, não teve a intenção de matar Binho. Mas o Tribunal de Justiça rejeitou e confirmou nova decisão que manda a dupla ao banco dos réus. “Há prova de materialidade e indícios suficientes de autoria por parte dos réus em relação ao crime imputado […], é plausível a hipótese de que tenha ocorrido o crime doloso contra a vida, na forma tentada, conforme narrado pelo Ministério Público”, decidiu.

VEJA RENATO DIZER, SOBRE ‘POLÊMICAS [EM] QUE ME METI’, QUE ‘NÃO VOU FUGIR DE NENHUMA DELAS’

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