Aprígio falou para meu marido resolver sobre Alex, segundo Gisele, relata Maryah

Especial para o VERBO ONLINE

Coordenadoria dos Direitos da Mulher; Gisele me disse que Aprígio falou para meu marido (PM) resolver se Bodinho tentasse algo contra mim, diz Maryah | PMTS

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

EXCLUSIVO. O prefeito Aprígio (Podemos) disse que se Alex Bodinho (PL) “tentasse alguma coisa” contra Maryah de Carvalho na Coordenadoria dos Direitos da Mulher era para o marido da funcionária “resolver, por ser policial militar”. Maryah diz que soube da recomendação pela coordenadora Gisele de Moraes. Ela denuncia o desvio de vacinas contra covid-19 por funcionários do vereador e com envolvimento do político, na UBS Santo Onofre.

No dia 8 de abril, Maryah foi à prefeitura revelar o caso, mas um assessor direto de Aprígio, o pastor Antonio Cerqueira, propôs “acordo” e “negociar” para não apresentar a denúncia ao prefeito e avisou Bodinho, mesmo após assessores de Aprígio pedirem provas, segundo a funcionária. Intimidada por funcionários do vereador com o “vazamento”, ela foi retirada da UBS e acabou transferida à coordenadoria, onde o tormento só aumentou.

Conforme revelou o VERBO na quinta-feira (5), Maryah diz que foi vítima de “armação” por parte de Gisele e da então auxiliar Simone Moreira. Acusa que as duas, livre-nomeadas da primeira-dama Luzia Aprígio (Podemos), “montaram” o boletim de ocorrência de que tinha sido agredida pelo marido e que Gisele a filmou em consulta a um psiquiatra para ser “desacreditada” sobre a denúncia do desvio das vacinas e fosse forçada a sair de Taboão.

Em nova revelação, diante de possível retaliação por parte dos acusados pelo desvio de centenas de doses, Maryah diz que soube por Gisele da “orientação” de Aprígio, ao evidenciar a proximidade da coordenadora com a mulher do prefeito – e ter sido abandonada. “A dona Luzia não me atende. Eu pedi ajuda para ela, falei ‘estou sofrendo ameaça, estou sendo perseguida, estou sendo hostilizada’. Aí me colocaram na coordenadoria”, conta.

“Eles estavam tentando me exonerar ou me isolar de alguma coisa, porque tudo que acontecia, a Gisele passava para ela. Tanto que a Gisele chegou para mim e falou que o ‘seu’ Aprígio falou para ela que se o Alex tentasse alguma coisa contra mim, por meu marido ser policial militar, era para o meu marido resolver”, relata Maryah. “O meu marido não é louco em se meter nesta história, porque não vai prejudicar a carreira dele, né?”, completa.

Mais do que mera apoiadora, Maryah foi candidata a vereadora na coligação de Aprígio, pelo Patriota, um dos quatro partidos da chapa do hoje prefeito. “Ele me convidou a ser candidata”, diz, indignada com o que viveu na coordenadoria. “Fizeram um boletim de ocorrência como testemunhas, falando coisas absurdas, e meu marido foi afastado da polícia na época, tiraram a arma dele – em 28 anos de polícia nunca tinha tido problema”, afirma.

EXAME
Em entrevista a este portal, ao sustentar que Maryah que ligou para a coordenadoria para relatar agressão do marido e registrou ocorrência, Simone disse que a violência foi constatada. “Ela passou por exame, confirmando as lesões”, afirmou. No entanto, de forma categórica, Maryah nega. “Não existiu corpo de delito. Elas me levaram para fazer BO no dia 4 [de maio]. No dia 5, eu estava no advogado [para anular o BO]. Ela mentiu novamente”, disse.

Simone citou o exame “conforme consta em BO”. Este portal indagou como teve acesso ao BO se tinha dito ter só orientado e não acompanhado Maryah a fazer o registro. “[Pela] Coordenadoria dos Direitos da Mulher. Montamos as planilhas das atendidas… todas”, disse, em contradição. Questionada sobre ter visto o BO naquela circunstância, ela se irritou. “Faz assim, entra em contato com a Secretaria de Comunicação da prefeitura. Passar bem”, disse.

OUTRO LADO
O VERBO procurou a coordenadora sobre se tinha falado que Aprígio havia dito para o marido de Maryah resolver em caso de Bodinho “tentar alguma coisa” contra a denunciante. Gisele não atendeu a ligação. A reportagem mandou mensagem de texto com o questionamento. Ela não respondeu. Também contatado, o governo Aprígio não se manifestou. A gestão esconde o resultado da sindicância sobre o desvio de vacinas há quase três meses.

OUÇA MARYAH SOBRE GISELE DIZER QUE APRÍGIO FALARA PARA MARIDO RESOLVER SOBRE BODINHO


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