Taboão relata 4 óbitos por covid em 48h; mais 2 doentes morrem na UPA sem UTI

Especial para o VERBO ONLINE

UPA Akira Tada, onde mais 2 pacientes morreram de covid sem assistência de UTI, uma mulher de 80 anos e outra de 70, na 4ª; Taboão soma 755 óbitos | Verbo

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em relato de casos fatais sem fim sob o governo Aprígio (Podemos), Taboão da Serra registrou mais quatro mortes por covid-19 em 48 horas e passou a somar 755 vítimas no total. Embora não tenha contado nenhuma vida perdida nesta quinta-feira – algo raro desde 5 de março deste ano, quando entrou em colapso que resultou na tragédia de 11 mortes naquele fim de semana -, a UPA Akira Tada teve mais dois óbitos de pacientes na quarta-feira (16).

Taboão registrou três mortes por covid-19 na quarta-feira (16) e mais uma nesta quinta (17). Após ter em maio o segundo mês mais letal durante a pandemia inteira, desde março do ano passado, a cidade já notifica em junho, em 17 dias, 41 óbitos. Nos nove meses de incidência do coronavírus em 2020, no governo Fernando Fernandes (PSDB), Taboão registrou 356 mortes. Sob a gestão Aprígio, em cinco meses, já notifica 12,1% a mais – 399.

As quatro novas vítimas de covid-19 entre moradores de Taboão (sexo, idade, comorbidades e local de óbito) são:
– 752ª – mulher, 55 anos, hipertensão – Hospital Santa Clara (óbito em 6/5);
– 753ª – homem, 52 anos, diabetes e doença cardiovascular crônica – Santa Casa de São Paulo (óbito em 1º/6);
– 754ª – mulher, 85 anos, diabetes, doenças cardiovascular e renal crônicas – Hospital Samaritano (óbito em 1º/6);
– 755ª – homem, 63 anos, sem comorbidades – Hospital Geral do Pirajuçara (óbito em 31/5).

De 754 vítimas (a 340ª não teve perfil relatado), Taboão relata a morte por covid-19 de 433 homens e 321 mulheres – 60 a 69 anos (225), 70 a 79 (175), 50 a 59 (122), 80 ou mais (103), 40 a 49 (77), 30 a 39 (35), 20 a 29 (nove), 0 a 9 (seis) e 10 a 19 (duas). A cidade tem taxa de mortalidade pela doença de 257,10 mortes por 100 mil habitantes, a mais alta da região (oito cidades) – o segundo maior índice local é de 225,54 óbitos, de Cotia (registro do dia 15).

Taboão registra 27,71 casos por dia de média móvel nos últimos sete dias (194 no total), 54% a mais em relação à média de 14 dias atrás, de 18 (126 diagnósticos). E 2,42 mortes por dia (17 ao todo), 29% a menos do que a média há duas semanas, de 3,42 (24). Os casos crescem. Os óbitos caem, mas devido a disparada entre 28 de maio e 4 de junho. Além disso, o aumento de confirmações pode gerar mais internações com possibilidade de novas baixas.

As últimas duas vítimas na UPA são duas mulheres, uma de 80 anos que chegou à unidade em estado grave, segundo o governo Aprígio, e a outra de 70 anos que aguardava UTI via central de vagas (Cross) desde o dia 14. Nesta quinta (17) à noite, a UPA estava com 31 internados, 21 na enfermaria e dez na emergência (um intubado). Dez pacientes receberam alta. Três foram transferidos a hospital com UTI. Um ainda aguardava transferência.

O alto registro fatal neste ano se deve aos óbitos quase diários na UPA. Desde o fatídico 5 de março, 115 pessoas morreram na unidade sem assistência de UTI. A gestão Aprígio considera 64, por contar só as vítimas que incluiu na fila por vaga, mas as demais poderiam ter resistido com UTI à disposição. Em 10 de março, Aprígio pôs a “picuinha” política com Fernando à frente e não cobrou UTIs para Taboão. Na pandemia em 2020, a UPA teve 44 óbitos.

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