Incêndio em galpão em Taboão destrói obras de arte de artistas renomados do Brasil e exterior

Especial para o VERBO ONLINE

Galpão na r. Áurea Tavares, com pintura no muro; bombeiros agem para apagar o fogo no imóvel do grupo Alke que forma alta coluna de fumaça | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O incêndio que produziu alta coluna de fumaça e destruiu um galpão em Taboão da Serra no fim da tarde desta quinta-feira (25) causou prejuízo à cultura – que pode chegar a R$ 100 milhões. O imóvel, na rua Áurea Tavares, no Jardim Sônia, abrigava obras de arte – pelo menos duas mil – de artistas contemporâneos famosos do Brasil e do exterior, aos cuidados de importantes galerias de São Paulo, como Nara Roesler, Luciana Brito e Simões de Assis.

A Assis tinha no galpão 13 esculturas históricas de Emanoel Araújo que estavam em trânsito para uma mostra nos Estados Unidos. Já Luciana disse ao “Estado de São Paulo” que “muita coisa estragou, ainda estão avaliando as perdas”. Ela tinha apenas cerca de 10% das obras da galeria no espaço, por conta de que 90% do acervo está armazenado em novo galpão do grupo Alke, dono do imóvel atingido – que se preparava para mudar do local.

O galpão abrigava, porém, 80% do acervo de Nara, que representa artistas como Vik Muniz e Antonio Dias. Após perícia da seguradora, além da policial, a galeria deverá fazer, paralelamente, levantamento das obras que estavam no local. “Tudo isso é um processo demorado e leva tempo. Só então teremos um panorama completo das perdas”, disse o assessor de imprensa Mario Canivelo. Nara soube do incêndio no México, onde passa a quarentena.

Ao “O Globo”, Muniz lamentou os danos sobretudo a peças de idealizadores não mais vivos. “Eu posso refazer obras, construir outras… Terrível pode ser a perda de trabalhos de artistas que não estão mais aí”, disse o artista plástico. Por exemplo, Abraham Palatnik, morto em 2020, é autor de obras que estavam no galpão. Por uma questão de dias, uma das obras do galerista Antônio Almeida em trânsito para o Rio de Janeiro não ficou no local.

Empresa de logística, a Alke afirmou que estava em dia com as licenças emitidas pelo Corpo de Bombeiros. “O local abrigava algumas obras de arte. Todos os clientes já foram informados do ocorrido pelos representantes do grupo Alke. Ainda não há estimativa de valores de obras atingidas pelo incidente. Não é possível acesso ao local, que vai passar por perícia, Portanto, ainda não há informações de prejuízos financeiros bem como obras atingidas”, disse.

“O grupo Alke está colaborando com as autoridades na apuração dos fatos que culminaram no incidente e já lavrou boletim de ocorrência. Na história da empresa nunca existiu caso semelhante. A empresa ressalta, ainda, que estava em dia com Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), licença emitida pelo corpo de bombeiros que comprova legalmente que o estabelecimento está seguro”, concluiu, em nota – ressaltou que “niguém ficou ferido”.

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