ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
No dia em que o primeiro caso (não morte) de coronavírus em Taboão da Serra completou um ano, a Secretaria Municipal de Saúde registrou nesta sexta-feira (19) mais duas mortes pela covid-19 – seis em 48 horas. Na quarta (17), a pasta relatava 447 óbitos. Ontem (18), notificou mais quatro. Nesta sexta, os outros dois – total de 453 vidas perdidas na pandemia. Com a UPA superlotada (50 pacientes – dez em macas), a saúde municipal está em colapso.
As seis novas vítimas de covid (sexo, idade, comorbidades e local/hospital de óbito) entre munícipes são:
– 448ª – mulher, 89 anos, sem comorbidades – UPA Akira Tada;
– 449ª – homem, 61 anos, sem comorbidades – UPA Akira Tada;
– 450ª – mulher, 77 anos, hipertensão sistêmica, diabetes, doença cardiovascular crônica – UPA Akira Tada
– 451ª – homem, 61 anos, doença cardiovascular crônica – UPA Akira Tada;
– 452ª – mulher, 73 anos, diabetes e doença cardiovascular crônica – Igesp;
– 453ª – mulher, 72 anos, cardiopatia – Hospital Estadual Mario Covas
De 452 vítimas da covid-19 confirmadas (a 340ª não teve perfil divulgado), Taboão registra o óbito de 258 homens e 194 mulheres. A faixa com mais mortes é a de 60 a 69 anos (137). Depois, a de 70 a 79 (119), 80 ou mais (71), 50 a 59 (60), 40 a 49 (35), 30 a 39 (15), 20 a 29 (sete), 0 a 9 (seis) e 10 a 19 (duas). O município tem mortalidade de 154,26 óbitos por 100 mil habitantes, a mais alta da região, e de letalidade de 3,6% – o Estado registra 144,30 e 2,9%.
Taboão registra 38,14 casos por dia dos últimos sete dias (267 no total), 89% a mais do que a média de 14 dias atrás, de 20,14 confirmações diárias (141 ao todo). E 2,57 mortes por dia (18 no total), 157% a mais do que a média há duas semanas, de uma morte por dia (sete). Os casos e óbitos têm elevada alta. O VERBO fez uma média para estipular o número de casos em 27 de fevereiro e 6 de março, quando o governo Aprígio (Podemos) omitiu boletim.
Há 1 ano, em 19 de março, Taboão registrava o primeiro caso de coronavírus, como era identificada a doença à época, pelo vírus causador – não era chamada ainda por covid-19. Era uma moradora jovem, com menos de 30 anos. A então secretária Raquel Zaicaner (Saúde) informou ao VERBO sobre a pessoa infectada, inclusive que não corria risco e estava isolada. “Está em internação domiciliar. [Está] Bem. [É uma] Mulher de 26 anos”, afirmou.
Naquele dia, o Brasil já tinha 621 infectados em 20 Estados e no DF. Apenas no Estado de São Paulo, eram 286, 259 na cidade de São Paulo. O país tinha registrado o primeiro caso em 25 de fevereiro, um homem de 61 anos, morador da capital, que tinha estado na Itália. Quanto às mortes, no dia 19, o Estado registrava a quinta morte pelo coronavírus. O país tinha sete óbitos, dois registrados no Rio. Taboão registrou a primeira morte em 24 de março.
O primeiro caso de Taboão foi registrado 23 dias depois do número 1 do país, atendido em hospital (Einstein) a apenas 7 quilômetros da cidade. Havia 20 dias, desde 4 de fevereiro, a Saúde estava em “alerta”. “Já montamos e reunimos algumas vezes o comitê permanente. Estamos orientando a população e equipe. Estabelecemos fluxo de pacientes. […] No momento não temos nenhum caso suspeito. Mas estamos alertas”, disse Raquel à reportagem.